![Manifestantes, a maioria estudantes universitários, protestam em frente à Faculdade de Medicina da Universidade de Cartum, contra a decisão do governo de normalizar relações diplomáticas e comerciais com Israel, na capital sudanesa, em 26 de outubro de 2020 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]](https://i0.wp.com/www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2021/02/20201026_2_45027980_59203374-1.jpg?resize=1200%2C800&quality=75&strip=all&ssl=1)
Um fórum foi realizado em Cartum, capital do Sudão, neste sábado (6), em apoio à normalização de laços com Israel, primeiro evento do tipo no país norte-africano, segundo informações da agência Anadolu.
Em nota, os organizadores do fórum alegaram que o objetivo do evento era “melhorar a tolerância e paz social do Sudão, promover valores humanos e nacionais e conduzir um apelo por coexistência pacífica”.
“A ideia não é nova, mas tornou-se urgente porque o Sudão precisa de iniciativas contundentes e plataformas que reúnam pessoas de diversas origens religiosas, além de lançar um novo discurso que repudia a divisão”, prosseguiu o comunicado.
Raja Nicolas, membro do Conselho de Transição do Sudão, enalteceu o fórum como evento “fraternal”, realizado em um momento bastante apropriado, sobretudo “quando a cultura de exclusão é hegemônica”.
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O rabino David Rosen, que participou do fórum via videoconferência de Jerusalém, afirmou estar “honrado” em participar na “construção do futuro de nossos povos [Sudão e Israel]”.
O bispo Ingeborg Meidtum, da Noruega, comentou sobre o evento: “Os povos de fé trabalham juntos aqui por tolerância, respeito, paz, amor e justiça”.
Entretanto, o Ministério de Assuntos Religiosos do Sudão anunciou previamente sua recusa em participar do evento, ao argumentar não ter informações sobre seus objetivos. Na sexta-feira (5), a organização sunita sudanesa Ansar também recusou o convite.
Abd al-Rahman Hasan Hamed, ex-chefe da Academia Islâmica Fiqh no Sudão, afirmou: “O diálogo com os outros deve ser baseado na força da lógica e não na lógica da força, sem armas, a fim de preservar o valor e a grandeza do homem”.
Em outubro de 2020, o Sudão anunciou a normalização de relações com a ocupação israelense, conforme esforços dos Estados Unidos, em troca da remoção do país africano de sua lista de estados patrocinadores do terrorismo.
Além da condenação internacional, a medida foi repudiada por muitas organizações políticas nacionais, incluindo membros da coalizão de governo.
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