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No tribunal, Netanyahu se declara inocente de corrupção

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, compareceu, na segunda-feira (8), ao Tribunal Distrital de Jerusalém para a retomada de seu julgamento por acusações de corrupção

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se declarou inocente das acusações de corrupção nesta manhã ao reiniciar seu julgamento, seis semanas antes de os eleitores voltarem às urnas para julgar sua liderança, informou a Reuters.

“Confirmo a resposta por escrito enviada em meu nome”, disse Netanyahu, diante do painel de três juízes no Tribunal Distrital de Jerusalém, fortemente guardado.

Ele estava se referindo a um documento que seus advogados deram ao tribunal no mês passado, por meio do qual argumentam que Netanyahu, 71, não seria culpado de acusações de suborno, quebra de confiança e fraude.

Usando uma máscara de proteção, Netanyahu, o primeiro líder israelense em serviço a ser acusado de um crime, parecia ter a intenção de projetar um ar de negócios, como de costume, agradecendo ao tribunal e saindo sem explicação após 20 minutos de sessão.

Netanyahu foi indiciado em 2019 em casos de longa data envolvendo presentes de amigos milionários e por supostamente buscar favores regulatórios para magnatas da mídia em troca de cobertura favorável.

Ao entrar no tribunal, Netanyahu sentou-se em um canto com seus advogados, de costas para as câmeras. A sessão em si não foi transmitida, mas os repórteres puderam monitorar um circuito fechado em outro lugar do prédio.

Sua saída rápida do prédio do tribunal parecia ter o objetivo de mostrar ao público que ele não permitiria que o julgamento interferisse nos negócios do governo enquanto Israel começa a emergir de um bloqueio por coronavírus que durou um mês.

Na sessão, Netanyahu sentou-se, de braços cruzados, e tossiu ocasionalmente em sua máscara, antes de tirá-la para tomar um gole de água.

Em maio passado, na abertura de seu julgamento, Netanyahu fez uma demonstração de desafio que os oponentes condenaram como um desafio ao Estado de Direito.

Antes que a sessão começasse, Netanyahu fez um discurso de um pódio no corredor, condenando sua acusação como uma caça às bruxas de esquerda com o objetivo de destituir um primeiro-ministro de direita enquanto uma falange de funcionários do gabinete estava ao seu lado.

Dessa vez, ele fez um apelo público aos apoiadores para ficarem longe, citando altos números de contágio na pandemia do coronavírus.

Eles atenderam amplamente ao seu apelo, enquanto dezenas de oponentes, alguns segurando cartazes onde se lia “ministro do crime”, exigiram sua renúncia em um protesto que realizaram perto do prédio do tribunal.

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Israel realizará sua quarta eleição parlamentar em dois anos em 23 de março, com o tratamento de Netanyahu da crise de saúde e sua alegada corrupção sendo as principais questões alimentando protestos semanais contra ele.

As pesquisas de opinião mostram que a disputa está próxima demais, já que rivais de direita e oponentes de centro-esquerda se reúnem contra o líder mais antigo de Israel. Netanyahu é primeiro-ministro continuamente desde 2009, após um primeiro mandato de 1996 a 1999.

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