Um ex-chefe do exército libanês foi convocado para interrogatório na investigação sobre a causa da explosão em Beirute na segunda-feira (8), informou a Associated Press (AP).
A intimação do general Jean Kahwaji ocorre no momento em que o juiz investigador Fadi Sawwan retoma a investigação após um hiato de sete semanas.
O ex-general do Exército será interrogado como testemunha, segundo a AP. Outros funcionários, que ainda não foram identificados, serão interrogados ao lado de Kahwaji.
O general chefiou o exército libanês durante o período em que cartas sobre o que fazer com o nitrato de amônio, que causou a explosão de 4 de agosto em Beirute, foram trocadas entre os militares e o departamento alfandegário.
Em uma carta de abril de 2016, o exército disse que não precisava do material e disse que ele deveria ser removido do porto da capital às custas do armador que o trouxe para o Líbano, informou a AP.
O presidente, Michel Aoun, e o primeiro-ministro interino, Hassan Diab, bem como ex-líderes políticos, também sabiam que o nitrato de amônio estava armazenado no porto, mas não conseguiram remover a substância.
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Em 4 de agosto de 2020, o material altamente explosivo pegou fogo e explodiu, destruindo grandes partes de Beirute.
A explosão, que foi sentida em locais distantes como Chipre, deixou 200 mortos, 6.500 feridos e mais de 300.000 desabrigados.
A investigação foi interrompida em 17 de dezembro depois que dois ex-ministros indiciados na investigação solicitaram que Sawwan fosse substituído por alegações de que ele havia violado procedimentos legais e constitucionais ao convocá-los para interrogatório.
Diab e um outro ex-ministro também foram indiciados por negligência criminosa que resultou na morte de centenas de pessoas.
Nenhum dos quatro compareceu para interrogatório após as acusações.
A retomada da investigação, que os líderes políticos prometeram em agosto, levaria apenas cinco dias, deve aliviar as preocupações de membros do público que temiam que a investigação pudesse terminar.
Acontece que o Líbano começou a facilitar um bloqueio nacional de 25 dias imposto para lidar com um aumento nos casos de coronavírus após um período de Natal e Ano Novo relativamente livre de regras.
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