Essa semana, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) lançou a campanha “Sionismo é racismo, Israel é apartheid”. O objetivo é mostrar ao público brasileiro, por meio de uma série de posts e de outras ações, que podem ser acompanhadas pelas redes sociais, como o Estado de Israel age para restringir os direitos de pelo menos 7 milhões de palestinos que vivem entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo.
Em comunicado nas suas redes sociais, a entidade disse que vai aprofundar as críticas a Israel, denunciando o caráter supremacista do sionismo, ideologia por trás da criação do “Estado nacional judaico”, e o avanço do plano de “judaização” da região, com o roubo continuado de terras palestinas e uma série de leis discriminatórias. Somou-se às motivações para a campanha um relatório publicado mês passado pelo grupo de direitos humanos israelense B’Tselem.
“Esta classificação do regime israelense como apartheid está longe de ser uma novidade para os palestinos e defensores dos direitos humanos no mundo todo”, explica Ualid Rabah, presidente da FEPAL. “Este posicionamento inédito do B’Tselem, no entanto, é mais um indicativo da insustentabilidade prática e jurídica do sistema de repressão, exclusão e controle que Israel vem construindo ao longo das últimas décadas na Palestina”, diz.
Para Ualid, são muito claros os paralelos entre o princípio organizador de Israel em todos os territórios ocupados e o sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul entre 1948 e 1994. “Ambos os regimes usam a força institucional e a violência para consolidar a supremacia de um grupo sobre outro – no nosso caso, judeus, muitos dos quais estrangeiros recém-chegados, sobre os palestinos, a totalidade da população originária”, comenta. “Isso é apartheid”.
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Outra das razões mencionadas pela Federação para a realização da campanha neste momento é o crescimento do lobby sionista no Brasil. Segundo o texto de lançamento, para além do alinhamento do atual governo com Israel, há um movimento muito mais sutil em curso, que pretende criminalizar – aqui no país – as críticas ao regime israelense, classificando-as como antissemitismo.
“Este é um escudo do qual passaram a se servir muitos radicais e extremistas que tentam negar à Palestina a sua existência, uma fórmula tosca e reducionista que vem crescendo muito nestes tempos de polarização”, diz o presidente da FEPAL. “Queremos mostrar como este termo tem sido distorcido, manipulado e utilizado como forma de chantagem por todos aqueles que são coniventes com os crimes de Israel na Palestina”, conclui.
O sionismo também será tema da entrevista feita pelo Monitor do Oriente com Bruno Huberman, judeu antissionista e militante de causa palestina, segunda-feira (15) às 11h. A live pode ser acompanhada pelos canais do site.