O Irã reivindicou que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça o governo houthi no Iêmen, apoiado por Teerã, para então solucionar a crise política e humanitária no país.
Um oficial anônimo afirmou à rede de televisão Al Jazeera que reconhecer o governo houthi em Saana poderá acelerar o fim da crise.
Segundo a fonte, oficiais iranianos informaram o representante da ONU no Iêmen, Martin Griffiths, em visita à república islâmica nesta semana, que as recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden ainda são insuficientes.
Teerã então reivindicou pressão das Nações Unidas para que Washington “assuma medidas que acabem com a guerra”. De sua parte, Griffiths destacou que a atual conjuntura é adequada para conduzir conversas de paz e encerrar o conflito.
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O Iêmen, país mais pobre do Oriente Médio, é assolado por violência e caos desde 2014, quando rebeldes houthis capturaram grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.
A crise escalou em 2015, quando uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita lançou uma devastadora campanha aérea para reverter os ganhos territoriais houthis, em favor do governo no exílio de Abd Rabbuh Mansur Hadi.
Estados Unidos e Reino Unido apoiam a coalizão saudita, mas o novo governo de Joe Biden decidiu suspender a venda de armas a Riad sob receios de crimes de guerra no Iêmen e abusos de direitos humanos por parte da monarquia.
Até então, a guerra no Iêmen resultou em mais de 100 mil mortes e levou milhões de pessoas à margem da fome, segundo dados oficiais da ONU.