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Irã e Líbano concorrem ao Urso de Ouro no Festival de Berlim

Cena do filme Ballad of a White Cow, do diretor iraniano Behtash Sanaeeha [divulgação]
Cena do filme Ballad of a White Cow, do diretor iraniano Behtash Sanaeeha [divulgação]

Nesta quinta (11), o Belinale, Festival de Berlim, anunciou todos os filmes da programação de 2021. Entre os selecionados para o prêmio máximo, Urso de Ouro, está Ballad of a White Cow, do diretor iraniano Behtash Sanaeeha, e Memory Box, dos diretores libaneses Joana Hadjithomas e Khalil Joreige.   O Oriente Médio também está bem representado na mostra Panorama, que é tradicionalmente a preferida do público.

O Urso de Ouro, condecoração de maior prestigio do Belinale, é um dos mais importantes prêmios de cinema do mundo. Na edição de 2020, o laureado foi o aclamado filme iraniano Não Há Mal Algum, de Mohammad Rasoulo, sobre a pena de morte adotada pelo governo do Irã. O diretor Rasoulo será um dos jurados este ano.  Nesta edição, o mesmo tema é exibido sob outra ótica; Ballad of a White Cow conta vida de uma mulher, cuidando sozinha de sua filha, depois que seu marido foi injustamente executado. A memória e migração são temas de Memory Box, que conta a história de uma mulher em Montreal, que lida com as memórias de seu país de origem e a sua adolescência na guerra civil libanesa, despertando o interesse de sua filha adolescente.

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A mostra Panorama de 2021 é caracterizada pelo cinema combativo e político.  Segundo o chefe da seção, Michael Stütz, “os cineastas estão tomando uma posição com suas observações, refletindo sobre conflitos individuais e traumas coletivos, ao mesmo tempo em que questionam as relações de poder político e interpessoal e desafiam outros a responder”. O Egito está representado com o filme Souad e o Líbano com os filmes Miguel’s War e Death of a Virgin and the Sin of Not LivingSouad, dirigido por Ayten Amin, explora a tensão entre as restrições sociais internalizadas e a autorrealização pessoal de uma jovem no Egito. Já Miguel’s War, é um documentário dirigido por Eliane Raheb, sobre um homem gay que fugiu da guerra e repressão no Líbano para a Madri hedonista da era pós-Franco e volta mais de trinta anos depois para enfrentar seus conflitos internos. George Peter Barbari estreia como diretor em Death of a Virgin and the Sin of Not Living, em que um grupo de jovens libaneses viaja para pagar pelo primeiro encontro sexual; o filme desconstrói esse rito de passagem masculino. O drama turco Brother’s Keeper, de Ferit Karahan, conta a vida cotidiana de estudantes curdos em um colégio interno autoritário nas montanhas da Anatólia.

A mostra com a programação mais ousada do Berlinale, Forum Expanded, irá estrear o longa egípcio com duração de cinco horas e meia, Seven Years Around the Nile,  de Sharief Zohairy, e a instalação libanesa All of Your Stars are But Dust on my Shoes, de  Haig Aivazian. Os filmes do Fórum perpassam arte e cinema, explorando obras experimentais e de Avant Garde. Com o Forum Expanded, a programação ocupa espaços de Berlim com filmes, vídeos, instalações e performances.

A primeira fase do festival, com exibição para a indústria cinematográfica e a imprensa será online, entre os dias 1 e 5 de março. Devido à covid-19, as exibições para o público geral foram adiadas e serão entre os dias 9 e 20 de junho, em salas de cinema e áreas externas de Berlim.

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