O Conselho Acadêmico do Colégio Universitário de Londres (UCL) votou hoje (12) a favor de exortar o corpo executivo da instituição a revogar a adoção da definição de antissemitismo promulgada pela Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA).
A resolução aprovada justifica que o conceito da IHRA “não tem propósito dentro do ambiente universitário, tampouco base legal para sua implementação”.
Um grupo de trabalho do Conselho Acadêmico, incumbido em analisar detalhadamente a noção proposta pela IHRA, divulgou suas descobertas em dezembro.
“A definição de antissemitismo da IHRA não é adequada para o ambiente universitário e a adoção simbólica deste documento confuso e ambíguo pelo UCL pouco ajudará na solução do grave problema do antissemitismo em nossa comunidade”, argumentou a pesquisa.
“De fato, pode de algum modo complicar e prejudicar os esforços”, prosseguiu.
LEIA: Reino Unido recusa-se a cessar venda de armas à Arábia Saudita, ao contrário dos EUA
A universidade de Londres adotou a controversa definição em 2019.
Porém, alertou o estudo: “Em termos de valor educacional, o corpo crescente de evidências acadêmicas sugere que o conceito da IHRA ofusca ao invés de esclarecer o sentido de antissemitismo e pode tornar mais difícil identificá-lo e compreender como opera”.
“Como examinamos em detalhe, a definição de trabalho potencialmente associa críticas ao Estado de Israel com antissemitismo. Ao diluir tais fronteiras, o conceito da IHRA arrisca prejudicar a liberdade acadêmica no UCL”, reiterou o estudo.
O grupo de trabalho do Colégio Universitário de Londres representa a última instituição de destaque a criticar publicamente o documento da IHRA, após advogados e juízes britânicos demonstrarem reservas à definição, ainda este ano.
A oposição ao documento da IHRA inclui: o Instituto de Relações Raciais; proeminentes advogados como o ex-juiz Stephen Sedley, a ong de direitos civis Liberty; os especialistas em antissemitismo Antony Lerman e Brian Klug; ao menos 40 organizações sociais judaicas e mais de 80 grupos que representam minorias no Reino Unido.
Além disso, Kenneth Stern, um dos autores da própria definição, expressou profunda preocupação sobre o uso do conceito para suprimir críticas a Israel nos campi universitários.