A Rússia está equipando a Base Aérea de Hmeimim em Latakia, no oeste da Síria, em preparação para receber bombardeiros nucleares estratégicos como parte dos planos para fortalecer a presença russa no país, informou a russa Nezavisimaya Gazeta.
O jornal disse que a Rússia está modernizando a Base Aérea de Hmeimim com a reconstrução da pista para receber aeronaves estratégicas de longo alcance capazes de transportar armas nucleares, acrescentando que os bombardeiros estratégicos seriam capazes, se necessário, de atacar “terroristas sírios” e apoiar o Esquadrão Mediterrâneo russo.
O jornal citou o analista americano Joseph Trevithick, dizendo que a Rússia está alongando a pista, o que lhe permitirá balançar o equilíbrio geopolítico no Oriente Médio a seu favor.
“A base de Hmeimim é uma ferramenta importante para a presença russa na Síria, e é mais correto dizer aqui que a Rússia está tentando expandir sua influência geopolítica e militar para incluir todo o Mediterrâneo”, disse Trevithick, apontando que, “Russian bombardeiros equipados com mísseis alados, lançados da base aérea de Hmeimim, seriam capazes de pôr em perigo alvos na Europa e atacar a marinha inimiga em caso de conflito. ”
De acordo com o analista americano, essas aeronaves também serão capazes de responder com mais eficácia a crises e situações inesperadas no Oriente Médio e Norte da África.
No ano passado, as autoridades sírias concordaram em dar à Rússia mais terras e águas costeiras para expandir sua base aérea militar em Hmeimim, informou a Reuters na época.
O acordo, assinado por representantes dos dois países a 21 de julho e que entrou em vigor a 30 de julho, diz respeito a uma área terrestre e marítima próxima da província de Latakia, onde está localizada a base aérea.
A Rússia tem apoiado o atual governo Bashar Al-Assad da Síria desde o início do conflito sírio em 2011. Em setembro de 2015, passou a ter envolvimento militar direto na guerra civil e alterou o equilíbrio, permitindo que o regime recuperasse algumas de suas perdas .
LEIA: ONU pede repatriação de mais de 30 mil crianças estrangeiras dos campos da Síria