Um relatório do Euro-Mediterranean Human Rights Monitor e SAM for Rights and Liberties revelou que o grupo Houthi recrutou à força cerca de 10.300 menores no Iêmen desde 2014 e alerta para consequências perigosas caso a Organização das Nações Unidas (ONU) continue a falhar em abordar este fenômeno.
O relatório, divulgado pelas duas organizações no Dia Internacional contra o Uso de Crianças Soldados (12 de fevereiro), afirma que o grupo Houthi usa uma variedade de maneiras para recrutar crianças à força e lutar nas áreas que controla no Iêmen, o que resultou nas mortes e ferimentos de centenas. As organizações documentaram 111 crianças mortas durante as batalhas entre julho e agosto de 2020.
O relatório, intitulado “Militarização da infância”, destacou o uso pelos houthis de escolas e instalações educacionais para atrair crianças com recrutamento forçado por meio de um sistema educacional que incita a violência. Além disso, a doutrina ideológica do grupo é ensinada em palestras especiais dentro de instalações educacionais para familiarizar os alunos com as ideias extremistas e incentivá-los a ingressar nas frentes de luta.
O relatório também indicou que, durante os últimos três anos, o grupo Houthi iniciou uma campanha obrigatória para recrutar menores e abriu 52 campos de treinamento para receber milhares de adolescentes e crianças. Além disso, o grupo lançou campanhas de recrutamento generalizadas nas regiões de Saada, Sana’a, Al Mahwit, Al-Hudaydah, Tihama, Hajjah e Dhamar, visando crianças com dez anos ou mais.
LEIA: Pelo menos 400 mil crianças do Iêmen menores de 5 anos podem morrer de fome este ano, alerta ONU