O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não está incomodado com o fato de o presidente dos EUA, Joe Biden, ainda não ter lhe telefonado, afirmou no sábado o embaixador de Israel em Washington, tentando minimizar a falta de contato direto até agora, informou a Reuters.
Tem havido especulações de que o presidente democrata poderia estar sinalizando descontentamento com os laços estreitos que Netanyahu forjou com o ex-presidente Donald Trump, que ligou para Netanyahu apenas dois dias após sua posse em 2017.
“O primeiro-ministro não está preocupado com o momento da conversa”, disse o embaixador Gilad Erdan ao Meet The Press da N12. Ele disse que Biden tinha assuntos urgentes a tratar, tais como a pandemia do coronavírus e suas consequências econômicas.
Na sexta-feira, a Casa Branca negou que Biden estivesse intencionalmente esnobando Netanyahu por não tê-lo incluído até agora em ligações telefônicas para líderes estrangeiros desde que tomou posse em 20 de janeiro, dizendo que os dois líderes conversariam em breve.
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Biden já ligou para inúmeros líderes estrangeiros, incluindo os da China, México, Grã-Bretanha, Índia, França, Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Rússia.
David Makovsky, ex-negociador do Oriente Médio com os EUA do Instituto para Políticas do Oriente Próximo de Washington, disse no Twitter que quando Biden começar a ligar para os líderes do Oriente Médio, Netanyahu provavelmente será o primeiro entre eles.
Enquanto o direitista Netanyahu estava fechado com Trump sobre a política do Oriente Médio, ele poderia estar em relações mais gélidas com o atual presidente americano, embora Biden tenha sido considerado por muito tempo como um amigo e aliado de Israel em Washington.
Entretanto, Netanyahu pode descobrir que a aliança seria posta à prova caso Washington restabeleça a participação dos EUA no acordo nuclear iraniano, do qual Trump se retirou, e se oponha à construção ilegal de assentamentos israelenses em território palestino ocupado.
Israel há muito se opõe ao acordo nuclear cuidadosamente mediado pelo ex-presidente Barack Obama com o Irã, e deixou sua oposição a uma restauração muito clara para a nova administração Biden.
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