Marwan Barghouti, figura de liderança do Fatah, planeja candidatar-se à presidência da Autoridade Palestina, apesar de um apelo oficial de seu partido para que concorra apenas ao legislativo, segundo informações divulgadas neste domingo (14).
Barghouti continua preso nas cadeias de Israel desde 2002.
Segundo a rede emiradense Rai al-Yaoum, a esposa de Barghouti – Fadwa, membro do Conselho Revolucionário do Fatah e assessora sênior do Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas – “quase ameaçou” o marido a desistir de sua candidatura.
Contudo, segundo Fadwa, Marwan Barghouti está determinado a concorrer à presidência e ao parlamento em cédula extraordinária.
No sábado (13), a emissora de televisão israelense Channel 2 revelou que a visita de Hussein al-Sheikh, chefe de assuntos civis da Autoridade Palestina, a Barghouti foi aprovada pelo serviço penitenciário israelense.
Para muitos palestinos simpáticos ao Fatah, o líder detido é um candidato melhor do que Abbas, com grande popularidade entre filiados e oficiais do partido.
Oficiais de alto escalão do Fatah – incluindo Naser Al-Qidwa, primo do falecido presidente Yasser Arafat – apoiam a candidatura de Barghouti contra Majed Faraj e al-Sheikh, cuja presença na cúpula política é vinculada a Abbas.
Líderes do Fatah e da Autoridade Palestina acreditam que Barghouti rejeitará apelos para não participar das eleições presidenciais, pois não tem nada a perder caso seja derrotado. Caso vitorioso, poderá atrair enorme atenção internacional à luta dos prisioneiros palestinos.
A rede emiradense reportou que al-Sheikh ofereceu a Barghouti um lugar no topo da cédula eleitoral do Fatah para concorrer ao parlamento, caso renuncie à sua candidatura ao executivo. Prometeu ainda uma campanha da Autoridade Palestina por sua soltura.
Barghouti, porém, recusou as propostas do establishment palestino.
Segundo as informações, Barghouti também rejeitou um telefonema de Mohammad Dahlan, ex-oficial de segurança do Fatah, exilado nos Emirados Árabes Unidos.
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