O regime sírio de Bashar al-Assad confiscou arbitrariamente terras e propriedades de dissidentes e suas famílias e as vendeu em leilões públicos, denunciou a Rede Síria para Direitos Humanos (SNHR) em relatório recente.
Segundo as informações, o regime de Assad expropriou ao menos 440 mil dunums de terras agrárias – equivalente a 440 km² – nos subúrbios de Hama e Idlib, após capturar a região.
“O regime sírio utilizou diversas formas de terrorismo e repressão contra manifestantes contrários ao governo e recorreu a confiscar terras e propriedades de opositores como forma de punição, que estende-se a eles e suas famílias”, declarou a ong.
Prosseguiu: “Desta forma, obteve ganhos materiais que distribuiu aos serviços de segurança e milícias locais como forma de pagamento ao invés de dinheiro”.
A SNHR explicou ainda que a chamada Assembleia Popular pró-regime promulgou uma série de leis para permitir que o governo de Assad apreenda e venda propriedades de oponentes políticos, o que conota claramente retaliação política.
Alguns proprietários relataram à Rede Síria de Direitos Humanos que suas terras e colheitas foram confiscadas sem qualquer compensação e vendidas em leilões públicos forjados, com vitória marcada de aliados do regime.
A Síria é devastada pela guerra civil desde 2011, quando o regime de Assad reprimiu violentamente protestos populares por democracia. Centenas de milhares foram mortos e mais de dez milhões foram deslocados, segundo a ONU.
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