O programa de jornalismo investigativo da BBC, Panorama, publicou na terça-feira um vídeo atribuído a Sheikha Latifa, uma das filhas de governantes de Dubai, dizendo que estava sendo mantida contra sua vontade em uma vila com barricadas. A agência Reuters repercutiu o caso..
Sheikha Latifa bint Mohammed al-Maktoum chamou a atenção internacional em 2018 quando um grupo de direitos humanos divulgou um vídeo feito por ela em que descrevia uma tentativa de fuga de Dubai.
Em março passado, um juiz da Suprema Corte de Londres disse que aceitou como provada uma série de alegações feitas pela ex-esposa do governante de Dubai, a princesa Haya, contra o xeque Mohammed bin Rashid al-Maktoum, em uma batalha legal, incluindo a de que o xeque ordenou o sequestro de Latifa. Os advogados do xeque rejeitaram as acusações.
“Eu sou um refém e esta vila foi convertida em uma prisão”, disse Latifa, 35, no vídeo publicado pela BBC como parte do programa..
“Todas as janelas estão fechadas com barras, não consigo abrir nenhuma janela.” Ela disse que estava fazendo o vídeo no banheiro da villa, o único cômodo em que ela poderia se trancar.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente quando ou onde o vídeo foi gravado.
LEIA: Primeira rede judaica é lançada no Golfo
A campanha Latifa Livre, que faz lobby por sua libertação, disse que conseguiu contrabandear um telefone para Latifa.
David Haigh, um dos co-fundadores da campanha e seu advogado, pediu a libertação imediata de Latifa e o fim de “um período horrendo de abusos dos direitos humanos pelos pais, que prejudicou significativamente a reputação dos Emirados Árabes Unidos”.
O escritório de mídia do governo de Dubai encaminhou questões sobre o vídeo ao escritório de advocacia do xeque Mohammed, que não respondeu imediatamente a um pedido de informações.
David Pannick, um advogado em Londres que representa o xeque Mohammed na batalha legal contra a princesa Haya, disse: “Como um dos advogados no processo legal atual, não posso comentar.”
Parecendo alerta e falando com calma, Latifa disse no vídeo que havia policiais estacionados fora e dentro da vila. “Eu só quero ser livre”, acrescentou ela.
Em dezembro de 2018, o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos disse que Latifa estava em casa e morando com sua família depois que grupos de direitos humanos pediram às autoridades do estado do Golfo Árabe que revelassem seu paradeiro e condição.
LEIA: Filha de professor emiradense preso faz apelo online para libertar o pai