O sheikh Nawaf al-Ahmad al-Sabah, emir do Kuwait, emitiu um decreto na quarta-feira, suspendendo as sessões do parlamento por um mês a partir de 18 de fevereiro, segundo informaçãp da agência de notícias estatal KUNA, reproduzida pela Reuters.
A medida segue um impasse entre a assembleia eleita e o governo nomeado que levou o gabinete a renunciar no mês passado. O emir, enfrentando seu primeiro grande desafio político desde que assumiu o poder em setembro, reconduziu o primeiro-ministro, sheikh Sabah al-Khalid al-Sabah para nomear um novo gabinete.
KUNA não deu mais detalhes no comunicado, que também foi divulgado na conta do Twitter do gabinete.
O emir tem a palavra final em questões de Estado.
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A renúncia do governo no mês passado ocorreu depois que mais de 30 parlamentares na assembleia de 50 assentos apoiaram uma moção para questionar o sheikh Sabah, primeiro-ministro desde o final de 2019, em várias questões, incluindo sua escolha de ministros.
Desde que foi renomeado em 24 de janeiro, o sheikh Sabah tem mantido consultas com blocos parlamentares antes de nomear um novo gabinete e pediu tempo para selecionar ministros, irritando alguns parlamentares.
A tensão política complica os esforços para enfrentar uma severa crise de liquidez no rico Estado-membro da OPEP, causada pelos baixos preços do petróleo e pela pandemia do coronavírus.
As frequentes disputas e impasses entre o gabinete e a assembleia levaram a sucessivas remodelações governamentais e a dissoluções do parlamento ao longo de décadas, dificultando o investimento e as reformas econômicas e fiscais. O governo anterior tem atuado como zelador.
O Kuwait tem o sistema político mais vibrante entre os estados do Golfo Árabe, com um parlamento capaz de aprovar e bloquear legislações e questionar ministros. Os altos cargos do governo são ocupados por membros da família governante do Kuwait.
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