Os EUA rescindiram na quinta-feira a reimposição das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã restauradas em setembro pelo governo Donald Trump, informaram agências de notícias internacionais.
Em uma carta vista pela Reuters e pela AP, o embaixador em exercício dos EUA na ONU, Richard Mills, informou ao Conselho de Segurança da ONU que a administração de Joe Biden está rescindindo a reimposição de sanções.
Mills confirmou que as medidas de sanções terminadas na resolução do conselho de 2015 endossando o acordo nuclear com seis grandes potências, que Trump restaurou em setembro, “continuam terminadas”.
A maioria dos membros do Conselho de Segurança da ONU qualificou as ações de Trump como “ilegais” porque os EUA não eram mais membros do Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) – um acordo acordado pelas grandes potências para conter o programa nuclear iraniano.
Trump retirou-se do negócio em 2018, acusando o Irã de graves violações.
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse aos aliados europeus na quinta-feira que o governo de Biden estava preparado para conversar com o Irã sobre o retorno de seu país ao acordo.
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É importante notar que o parlamento iraniano fixou o prazo de 21 de fevereiro para Biden começar a reverter as sanções impostas por Trump, ou começará a proibir inspeções de curto prazo pela agência nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“Em relação ao Irã, o E3 (um grupo formado pelo Reino Unido, França e Alemanha) e os Estados Unidos expressaram seu interesse comum de segurança fundamental em defender o regime de não proliferação nuclear e garantir que o Irã nunca possa desenvolver uma arma nuclear”, disseram os ministros da E3 em uma declaração conjunta após uma reunião realizada em Paris.
A E3 e os EUA reiteraram que estavam “unidos ao sublinhar a natureza perigosa de uma decisão de limitar o acesso da AIEA antes do prazo de 21 de fevereiro”.
A chanceler alemã, Angela Merkel, discutiu a mesma questão por telefone com o presidente iraniano Hassan Rouhani, observando: “Agora é o momento para sinais positivos que criam confiança e aumentam as chances de uma solução diplomática”.
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