Neste sábado (20), o Ministério de Relações Exteriores do Sudão acusou a Etiópia de agravar tensões entre os países sobre uma região disputada na fronteira, reportou a agência Anadolu.
Em nota, a chancelaria sudanesa rejeitou acusações etíopes de que Cartum conduz uma guerra por procuração contra Addis Ababa.
Um enviado especial da União Africana está no Sudão para tratar da disputa, mas “o Ministério de Relações Exteriores da Etiópia realiza uma escalada contra o Sudão para humilhar Cartum”, alegou o comunicado, ao descrever as ações etíopes como “imperdoáveis”.
O governo sudanês alertou ainda que tais medidas do país vizinho prejudicam a paz regional e ameaçou expulsar os mediadores de paz etíopes enviados ao Sudão.
“Não é razoável que, enquanto o Sudão confia nas forças da Etiópia como agentes da paz, estas atacam nosso território”, afirmou o ministério sudanês.
Desde 2011, cerca de cinco mil mediadores de paz da Etiópia foram enviados ao Sudão, para debater sobre as disputas na região de Abiy, entre Sudão e o Sudão do Sul.
A região de fronteira de Al-Fashqa permanece sob impasse entre os países, assim como a construção da chamada Grande Represa do Renascimento, iniciativa etíope sobre a bacia hidrográfica do Nilo, cujas tensões envolvem também o Egito.
Segundo o Sudão, preencher os reservatórios da barragem sem um acordo estabelecido prejudicará suas próprias represas.
Cartum destacou que não abandonará seu território, ao argumentar que os acordos prévios assinados entre as partes, incluindo acordos do período colonial, demonstram que Al-Fashqa é situada dentro das fronteiras sudanesas.
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