clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Irã rejeita presença militar da Turquia na Síria e no Iraque

22 de fevereiro de 2021, às 15h45

Membros das Forças Armadas Turcas (TSK, na sigla em inglês) continuam operando em Ras Al Ayn, Síria, em 17 de outubro de 2019. [Behçet Alkan/Anadolu Agency]

O ministro das Relações Exteriores do Irã condenou a presença do exército turco na Síria e no Iraque. “Rejeitamos a presença militar turca na Síria e no Iraque e consideramos as políticas de Ancara em relação a Damasco e Bagdá erradas”, disse Mohammed Javad Zarif à Press TV ontem.

A Turquia e o Irã têm políticas regionais diferentes, especialmente na Síria. Ancara apoia alguns elementos da oposição, enquanto Teerã apoia o regime do presidente sírio Bashar Al-Assad, e tem presença militar própria no país.

Zarif, no entanto, enfatizou a afirmação do Irã de que seu único objetivo na Síria é combater o terrorismo, rótulo que atribui a todos os grupos de oposição.

LEIA: Irã diz à ONU que está pronto para ajudar a por fim à guerra do Iêmen

A entrevista com Zarif enfocou as sanções dos Estados Unidos e também as negociações entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês) sobre a inspeção de instalações nucleares no país. Na sequência dessas conversas ontem, um acordo temporário de três meses foi elaborado que permite à AIEA continuar a inspecionar os locais, mas com uma frequência reduzida.

Teerã também permitirá que a agência mantenha seu equipamento de gravação e dispositivos dentro das instalações nucleares que irão monitorar a atividade, mas todas as filmagens e o acesso às gravações serão mantidos pelo governo iraniano até que os EUA suspendam suas sanções ao país.

As declarações do ministro foram feitas no mesmo dia em que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani, conversaram por telefone e discutiram cooperação em áreas como transporte, economia e segurança. Erdogan enfatizou que seu governo “mantém a vontade necessária para fortalecer as relações turco-iranianas”.

LEIA: Turquia, Rússia e Irã concordam em prorrogar cessar-fogo em Idlib