O ministro das Relações Exteriores do Irã condenou a presença do exército turco na Síria e no Iraque. “Rejeitamos a presença militar turca na Síria e no Iraque e consideramos as políticas de Ancara em relação a Damasco e Bagdá erradas”, disse Mohammed Javad Zarif à Press TV ontem.
A Turquia e o Irã têm políticas regionais diferentes, especialmente na Síria. Ancara apoia alguns elementos da oposição, enquanto Teerã apoia o regime do presidente sírio Bashar Al-Assad, e tem presença militar própria no país.
Zarif, no entanto, enfatizou a afirmação do Irã de que seu único objetivo na Síria é combater o terrorismo, rótulo que atribui a todos os grupos de oposição.
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A entrevista com Zarif enfocou as sanções dos Estados Unidos e também as negociações entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês) sobre a inspeção de instalações nucleares no país. Na sequência dessas conversas ontem, um acordo temporário de três meses foi elaborado que permite à AIEA continuar a inspecionar os locais, mas com uma frequência reduzida.
Teerã também permitirá que a agência mantenha seu equipamento de gravação e dispositivos dentro das instalações nucleares que irão monitorar a atividade, mas todas as filmagens e o acesso às gravações serão mantidos pelo governo iraniano até que os EUA suspendam suas sanções ao país.
As declarações do ministro foram feitas no mesmo dia em que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani, conversaram por telefone e discutiram cooperação em áreas como transporte, economia e segurança. Erdogan enfatizou que seu governo “mantém a vontade necessária para fortalecer as relações turco-iranianas”.
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