A entrevista se realizou na manhã de 2ª feira 22 de fevereiro e abordou o tema da Operação Lava Jato como o principal instrumento do emprego de Lawfare contra a soberania nacional brasileira. Este termo, Lawfare, é o uso da lei como arma de guerra. Esta operação tem sua origem no chamado Projeto Pontes, projeto do Departamento de Justiça e do de Estado dos EUA e ganha maior alcance em seminário realizado no Consulado dos EUA no Rio de Janeiro, tendo sido convidados mais de cem servidores da área judiciária, policial, dos Ministérios Públicos. Na ocasião Sergio Moro foi um dos dois palestrantes brasileiros diante de vários outros que falaram sob a indicação da representação consular estadunidense.
O ex-deputado federal pelo PT/RJ e ex-presidente da OAB/RJ, identifica na Operação Lava Jato a base da versão moderna dos golpes de Estado promovidos pelos EUA, tendo como pilar a figura controversa do ex-juiz Sergio Fernando Moro, e tendo como a base de sociedade local o conservadorismo do estado do Paraná. Dahmous também comentou nas relações suspeitas de Moro com o doleiro Alberto Yousseff, das declarações de culpa e confissões sob a encomenda e na relação direta, sem controle da hierarquia institucional, dos titulares da dita operação com agentes de inteligência dos Estados Unidos, mais especificamente do FBI. Ao mirar na Petrobrás e cadeias de valor e subjacentes, a Lava Jato e o Departamento de Estado visavam submeter a maior empresa do país, e todo o país por consequência, aos desígnios dos “operadores de mercado”, com ênfase na especulação financeira. O golpe de 2016 e a ameaça de golpe militar de 2018, assumida publicamente pelo general da reserva e ex-comandante geral do Exército, Eduardo Villas Bôas foi a garantia da eleição do atual presidente Jair Bolsonaro e a derrota do STF diante da possibilidade de levantamento militar.
Wadih Dahmous comentou a respeito do depoimento de Rodrigo Tacla Durán e o esquema de delações premiadas, multas de compliance e a indicação do ex-sócio da advogada Rosangela Moro (esposa de Sergio Moro), como o escritório que iria acompanhar o acordo de delação, a multa e os respectivos valores advocatícios (altíssimos). O ex-presidente da OAB/RJ afirma que a Lava Jato foi uma operação contra a soberania do país, visando mobilizar corações e mentes de modo a promover uma mudança de regime e assim colocar o Brasil de maneira subserviente ao capital internacional, e especificamente aos fundos especulativos que compõem a maior parte dos acionistas minoritários da empresa.
LEIA: Ernesto Araújo diz que irá ajudar Moçambique no combate ao terrorismo