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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ministério de Defesa de Israel atrasa a entrega de documentos sobre seu envolvimento na Guerra Civil da Guatemala

Bandeira Guatemala e Israel [Foto: Reprodução Youtube]
Bandeira Guatemala e Israel [Foto: Reprodução Youtube]

O Ministério da Defesa israelense está protelando há meses a entrega de informações relativas ao comércio de armas com a Guatemala para a Procuradoria do Estado de Israel. No ano passado as informações foram solicitadas como parte de uma investigação sobre o envolvimento israelense na guerra civil guatemalteca, mas o material ainda não foi entregue.

Em setembro, o advogado e especialista em direitos humanos, Itay Mack, pediu ao procurador-geral que fosse aberta uma investigação criminal para saber se funcionários do governo israelense, incluindo do Ministério da Defesa, ajudaram e foram cúmplices no genocídio e crimes contra a humanidade na Guatemala.

Durante a Guerra Civil, de 1960 a 1996, cerca de 200 mil pessoas foram assassinadas ou ficaram “desaparecidas” e, segundo a declaração de Mack, as forças de segurança do governo militar da Guatemala e as milícias afiliadas ao regime estavam armadas e treinadas por Israel.

Segundo o Haaretz, Itay Mack afirma que os funcionários israelenses que aprovaram as exportações de defesa estavam cientes do que estava acontecendo na Guatemala, de acordo com documentos não classificados do Ministério das Relações Exteriores. Mesmo assim, Israel tornou-se um importante fornecedor de armas para o país. Os crimes foram cometidos com armas e estratégias militares israelenses.

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A investigação foi atribuída ao procurador-geral adjunto, Nurit Litman, que contatou o assessor jurídico do Ministério da Defesa, responsável pela implementação da Lei de Controle de Exportação de Defesa de Israel, e pediu informações e documentos sobre as aprovações de venda de armas para a Guatemala. Em dezembro, Litman recebeu um e-mail do ministério confirmando que os materiais já estavam separados e os enviaria em duas semanas. Até então, o Ministério Público do Estado de Israel não recebeu as informações prometidas pelo Ministério da Defesa.

Em 1982, a Guatemala sofreu um golpe de Estado, apoiado pelo ex-presidente dos EUA Ronald Reagan, que colocou o general José Efrain Rios Montt no poder. Ele foi considerado um dos mais sanguinários da América Latina.

De acordo com o site Eletronic Intifada, a imprensa israelense havia noticiado que 300 conselheiros israelenses treinaram soldados de Ríos Montt na Guatemala. Em uma entrevista sobre o golpe militar que o colocou na presidência, o general chegou a afirmar a um repórter do ABC News que a tomada do poder pelo regime militar ocorreu tão bem porque muitos dos soldados foram treinados por israelenses.

No mesmo ano do golpe, sob o comando de Montt, os militares guatemaltecos conduziram em um pequeno vilarejo em La Libertad, o massacre de Dos Erres, marcado como o pior da Guerra Civil guatemalteca. A ação matou quase 300 camponeses, sendo 113 crianças menores de 14 anos, segundo a Comissão de Direitos Humanos da Guatemala. Em 1999, um Comitê de Investigação da Verdade sancionado pela ONU descobriu que “todas as provas balísticas recuperadas (da cena da aldeia) correspondiam a fragmentos de balas de armas de fogo e cápsulas de espingardas Galil, feitas em Israel”.

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O advogado israelense, Itay Mack, conduz há anos batalhas legais para expor documentos do Ministério da Defesa referentes à exportação de armas durante o genocídio em Ruanda e a guerra civil na Bósnia. “Em todos os lugares onde há crimes contra a humanidade e genocídio, eu encontro envolvimento de Israel”, afirmou Mack em reportagem ao 972 magazine que apresentava os ativistas israelenses que tentam impedir a venda de armas para ditaduras. “Israel não se importa com quem está no trono. Desde que promovam os interesses de Israel, Israel trabalhará com eles.”, disse.

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