O longevo Ministro do Petróleo da Arábia Saudita Ahmed Zaki Yamani, que liderou o reino através da crise de 1973, faleceu hoje em Londres, aos 90 anos de idade.
Segundo as informações, Yamani veio a óbito nesta manhã, na capital britânica. Deverá ser enterrado na cidade islâmica sagrada de Meca, onde nasceu em 1930. A imprensa saudita, contudo, não concedeu detalhes sobre a causa da morte.
Em 1962, Yamani foi indicado como Ministro do Petróleo pela coroa saudita, após tornar-se o primeiro representante da monarquia na cúpula da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP), no ano anterior. Permaneceu ministro até 1986.
Yamani tornou-se uma das figuras mais proeminentes durante os anos dourados da indústria petrolífera, nos quais sua influência levou Riad a superar o embargo de 1973.
Em resposta ao apoio dos Estados Unidos e à assistência de Israel durante o conflito da ocupação com os vizinhos árabes, naquele ano, produtores locais cortaram seu fornecimento de petróleo e causaram um aumento de 40% dos preços no mercado americano.
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A renda do petróleo então quadruplicou nos estados do Golfo, com enorme taxa de crescimento econômico.
Além dos aspectos econômicos, o evento serviu como lição de que os sauditas poderiam exercer seu poder na indústria do petróleo, sob liderança do Rei Faisal Bin Abdulaziz.
O petróleo hoje é bem menos influente, mas Riad ainda o utiliza como vantagem geopolítica, por exemplo, no último ano, quando escalou uma guerra dos preços com a Rússia.
Após a crise do petróleo de 1973, Yamani supervisionou a nacionalização saudita de sua indústria energética, até então compartilhada com empreendimentos privados dos Estados Unidos, o que resultou na criação da gigante estatal Aramco.
Em 1986, Yamani foi exonerado pelo Rei Fahd, como resultado de divergências sobre cotas de produção da OPEP e quantidade de ações que a monarquia deveria reter.