Seis organizações progressistas judaico-americanas exortaram o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden a revogar uma diretiva de seu predecessor, Donald Trump, segundo a qual importações oriundas dos assentamentos ilegais israelenses, construídos em terras palestinas ocupadas, devem ser rotuladas como “Made in Israel”.
“Acreditamos que a medida é inconsistente com a atual política dos Estados Unidos sobre o status dos territórios ocupados, imprecisa e deturpada sobre a origem dos produtos e prejudicial aos interesses essenciais de palestinos e israelenses”, declararam as entidades em carta conjunta, submetida ao Secretário de Segurança Interna Alejandro Mayorkas.
Semanas antes de deixar a Casa Branca, Trump orientou o Departamento de Segurança Interna a adotar novos rótulos para produtos fabricados na chamada Área C, na Cisjordânia ocupada, sob absoluto controle militar e administrativo de Israel.
A Área C compõe 60% do território palestino sob ocupação, alvo de reiterados planos israelenses para anexar ilegalmente a região, que abriga diversos assentamentos considerados ilegais segundo a lei internacional.
É previsto que o Departamento de Segurança Interna aplique o prazo de 23 de março para que empresas rotulem seus produtos fabricados em terras ocupadas como “Made in Israel”, incluindo mercadorias produzidas por palestinos.
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“Somos organizações americanas pró-Israel que exortam o Departamento de Segurança Interna a rever e revogar o Aviso Geral sobre Rotulagem de Produtos de Cisjordânia e Gaza, promulgado em 23 de dezembro de 2020 pela gestão anterior”, declarou a carta.
São os signatários: a organização sionista Ameinu; Americans for Peace Now (APN); o grupo de advocacia J Street; a ong Parceiros por Israel Progressista, filiada ao Fundo Novo Israel (NIF); e o Chamado Rabínico por Direitos Humanos (T’ruah).
“Desta forma, exortamos o Departamento de Segurança Interna a reavaliar e rescindir o Aviso Geral e aplicar devidamente as longevas diretrizes aduaneiras que exigem que tais bens sejam rotulados adequadamente”, concluiu a carta.