Tratamento da China aos uigures é genocídio, confirma Parlamento da Holanda

Protesto contra a repressão do governo chinês contra a população uigur, em frente à Embaixada da China em Berlim, Alemanha, 23 de janeiro de 2021 [Abdulhamid Hoşbaş/Agência Anadolu]

O Parlamento da Holanda declarou ontem (25) que o tratamento da minoria islâmica uigur pelo governo da China equivale a genocídio, em moção não-vinculativa, reportou a Reuters.

“Um genocídio contra a minoria uigur ocorre na China”, alertou a moção europeia.

Trata-se do primeiro movimento do tipo conduzido por um país europeu sobre a questão dos muçulmanos uigures. Ativistas de direitos humanos enalteceram a medida.

Salih Hudayar, fundador do Movimento Despertar Nacional do Turquestão Oriental, com sede em Washington, declarou no Twitter: “Após Canadá e Estados Unidos, o parlamento holandês aprovou uma moção para reconhecer como genocídio as atrocidades da China contra os uigures e outros povos turcomanos no Turquestão Oriental”.

‘Obrigado Holanda! Esperamos que outros países sigam a deixa’, afirma Salih Hudayar, ativista uigur

A região chinesa de Xinjiang – ou Turquestão Oriental – abriga dez milhões de uigures, grupo islâmico turcomano que equivale a 45% da população local. Representantes da minoria étnica acusam as autoridades chinesas de discriminação econômica, religiosa e cultural.

A China aumentou as restrições sobre a região nos últimos dois anos, ao proibir homens de deixar crescer a barba e mulheres de vestir véu, além de introduzir o que muitos especialistas descrevem como maior programa de vigilância eletrônica do mundo.

Cerca de um milhão de pessoas, isto é, 7% da população islâmica de Xinjiang, foram encarceradas em uma expansiva rede de campos de “reeducação política”, segundo denúncias de oficiais dos Estados Unidos e especialistas da ONU.

Em relatório de 2018, a organização internacional Human Rights Watch (HRW) detalhou a campanha do governo chinês de “detenção arbitrária, tortura, doutrinação política à força e vigilância em massa contra os muçulmanos de Xinjiang”.

A China continua a negar acusações referentes aos campos de detenção na região autônoma, no noroeste do país, e insiste na terminologia de “reeducação” destinada ao povo uigur.

LEIA: Embaixada da China em Bagdá responde a acusações dos EUA de abusos de direitos humanos

Sair da versão mobile