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Chanceler do Iraque retorna ao Irã para conversar com líderes do país

Ministro de Relações Exteriores do Iraque Fuad Hussein em coletiva de imprensa em Bagdá, 18 de novembro de 2020 [Murtadha Al-Sudani/Agência Anadolu]
Ministro de Relações Exteriores do Iraque Fuad Hussein em coletiva de imprensa em Bagdá, 18 de novembro de 2020 [Murtadha Al-Sudani/Agência Anadolu]

Neste sábado (27), em sua segunda visita a Teerã em apenas um mês, o Ministro de Relações Exteriores do Iraque Fuad Hussein conduziu conversas abrangentes com diversos oficiais iranianos de alto escalão, reportou a agência Anadolu.

Em encontro com sua contraparte iraniana Mohammad Javad Zarif, ambos debateram a “expansão de laços bilaterais e questões regionais e internacionais”.

No Twitter, Zarif enalteceu os “esforços construtivos do Iraque para a segurança regional”, ao destacar o compromisso de Teerã com a estabilidade no país vizinho. O chanceler iraniano enfatizou que seu país “rejeita atos de agressão dos Estados Unidos contra forças do Iraque”.

Apenas um dia antes da visita de Hussein à capital iraniana, forças dos Estados Unidos conduziram um ataque aéreo contra a região leste da Síria, na fronteira com o Iraque, contra “instalações de milícias ligadas ao Irã”.

O governo iraniano condenou veementemente a ofensiva. O Pentágono alegou retaliação a recentes ataques contra forças dos Estados Unidos e sua coalizão no Iraque.

Os ataques contra tropas americanas e comboios de suprimento militar em solo iraquiano se intensificaram nos últimos meses. Washington culpabilizou “grupos paramilitares ligados ao Irã” pelos recorrentes ataques, mas Teerã negou as acusações.

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Hussein também reuniu-se com Ali Shamkhani, chefe do Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã, que asseverou ao chanceler iraquiano que o recente ataque aéreo foi:

“parte de tentativas de Washington de ressuscitar o terrorismo organizado”.

“O Irã e outros países que combatem o terrorismo não permitirão que o terrorismo apóstata [takfiri], filiado a entes estrangeiros, ressucite na região”, declarou Shamkhani, ao acusar os Estados Unidos de promover o chamado takfirismo no Oriente Médio.

O oficial iraniano também observou receios sobre o “atraso da implementação” da lei aprovada pelo parlamento iraquiano que determina a retirada das tropas estrangeiras no país devastado pela guerra.

Outras questões que pautaram as conversas do diplomata iraniano com representantes de Teerã incluíram a remessa de fundos iranianos ao Iraque, que deverão ser determinados por um acordo alcançado entre ambas as partes.

Recentemente, a empresa estatal de gás natural do Irã cortou o fornecimento da matéria-prima ao Iraque devido à inadimplência de dívidas, antes dos dois países fecharem um novo acordo sobre o pagamento da dívida excedente.

Sanções dos Estados Unidos também impediram a república islâmica de acessar seus recursos em diversos países, incluindo o Iraque. Teerã, porém, decidiu intensificar esforços para retomar seus investimentos.

Trata-se da segunda visita do chanceler iraquiano a Teerã em fevereiro, apenas duas semanas após Ebrahim Raeesi, chefe do judiciário iraniano, visitar o Iraque.

Durante sua visita, Raeesi destacou questões concernentes à presença contínua dos Estados Unidos no Iraque e às investigações sobre o assassinato do então principal comandante iraniano, Qassem Soleimani, por um ataque a drone americano, em janeiro de 2020.

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