Benny Gantz, premiê alternativo e Ministro da Defesa de Israel, afirmou neste sábado (27) que sua “análise inicial” implica o Irã como responsável pela explosão de uma embarcação de bandeira israelense, no Golfo de Omã, segundo informações da Reuters.
O navio MV Helios Ray, que transportava veículos, sofreu uma explosão entre quinta-feira e a manhã de sexta-feira. Um oficial de defesa dos Estados Unidos relatou que o incidente deixou fissuras acima da linha de água em ambos os lados do casco.
A causa, porém, não foi imediatamente esclarecida. Nenhuma baixa foi reportada.
“O Irã busca atingir a infraestrutura e cidadãos israelenses”, declarou Gantz à emissora pública Kan. “A localidade do navio, em relativa proximidade com o Irã, incide na noção, isto é, na análise, de que foi culpa dos iranianos”.
“Dado proximidade e contexto, esta é minha análise”, reafirmou.
Gantz prometeu, contudo, investigações mais detalhadas.
Teerã não comentou o caso, até então.
O navio pertence à empresa Ray Shipping, sediada em Tel Aviv, através de uma companhia subsidiária registrada na Ilha de Man, na costa britânica, segundo o banco de dados da ONU.
LEIA: Estados Unidos responsabilizam Irã por ataque no Iraque
Segundo a emissora israelense Channel 13, militares de Israel acreditam que a Marinha do Irã lançou um ataque preciso, com o intuito de evitar baixas, ao disparar dois mísseis contra uma parte do navio que, caso danificada, não decorreria em naufrágio.
Uma delegação israelense viajou a Dubai, onde o navio está ancorado, para investigar o caso, prosseguiu a reportagem.
A emissora Kan identificou o proprietário da embarcação como Rami Ungar, que reportou: “Os danos são dois buracos de aproximadamente 1.5 metros de diâmetro, mas ainda não está claro se foram causados por mísseis ou minas acopladas ao navio”.
Em novembro, o Irã prometeu uma resposta “calculada” ao assassinato de seu principal cientista nuclear, Mohsen Fakhrizadeh, ao acusar Israel de conduzir a operação para executá-lo, em solo iraniano.
Tensões escalaram no Golfo desde 2018, quando o então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump revogou unilateralmente o acordo nuclear de 2015, assinado entre Irã e potências globais, e restituiu duras sanções contra a república islâmica.
Washington acusa Teerã de ser responsável por uma série de ataques contra embarcações nas águas estratégicas do Golfo, em particular, quatro navios, incluindo dois petroleiros sauditas, em maio de 2019. O Irã nega as acusações.
LEIA: Navio transportador israelense é atingido por explosão no Golfo de Omã