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Ativista egípcio Ezzat Ghoneim completa três anos preso sem julgamento

Ativista de direitos humanos [Azza El Garf/Twitter]
Ativista de direitos humanos [Azza El Garf/Twitter]

Ezzat Ghoneim, advogado e ativista de direitos humanos, completou três anos preso sem julgamento no Egito.

A Rede Egípcia de Direitos Humanos (ENHR) reportou nesta segunda-feira (1°) que Ezzat foi transferido entre delegacias e outros centros de detenção sem qualquer justificativa legal ou determinação jurídica para permanecer em custódia.

“A única razão aparente é sua defesa dos oprimidos e prisioneiros políticos, através de seu trabalho, e seu contundente interesse em promover os direitos humanos no Egito, como diretor executivo da Coordenadoria Egípcia por Direitos e Liberdades”, declarou a ENHR.

Ezzat Ghoneim foi detido em março de 2018 e desapareceu por três dias, antes de ressurgir em um vídeo transmitido pelo Ministério do Interior, no qual foi acusado de “terrorismo”.

Antes de ser preso, como advogado, Ghoneim representou Um Zubeida, detida pelas autoridades do Egito após denunciar o sequestro, estupro e desaparecimento forçado de sua filha, Zubeida Ibrahim, em um documentário da rede BBC.

Ghoneim foi acusado de filiação a um grupo clandestino e propagação de notícias falsas, mas sua detenção representa de fato uma medida punitiva contra seu trabalho em defesa dos presos políticos, julgados em cortes militares e arbitrárias do estado.

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Em setembro de 2018, o Tribunal Penal de Giza ordenou a libertação de Ghoneim. O ativista foi então transferido à delegacia de Haram, onde assinou seus papéis de soltura, mas voltou a desaparecer à força por cinco meses.

Antes de sua abdução, a família de Ghoneim o visitava regularmente na delegacia, onde receberam informações de policiais de que bastava apenas o aval da Agência de Segurança Nacional para libertá-lo.

Em fevereiro de 2019, Ghoneim reapareceu em juízo e foi então transferido à Prisão de Giza.

O regime egípcio do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi é notório por ameaçar e atacar advogados de direitos humanos. A ENHR estima que há 350 advogados nas penitenciárias egípcias, além de mandados de prisão contra outros cem.

Embora a prisão preventiva – isto é, sem julgamento – seja supostamente um instrumento emergencial, o Egito a executa com regularidade contra opositores. Sua natureza indefinida e falta de clareza equivalem a tortura psicológica, alertam grupos de direitos humanos.

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