Uma carta assinada por 442 parlamentares europeus exortou os líderes e governos da Europa, além do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a agir contra a anexação israelense “de fato” da Cisjordânia ocupada.
A carta enviada no domingo (28) inclui assinaturas de legisladores de 22 países europeus
Destacou o documento: “A administração prévia dos Estados Unidos deixou o conflito [israelo-palestino] mais longe da paz do que nunca antes”.
O ex-presidente americano Donald Trump rompeu grande parte do consenso internacional sobre a questão palestina, ao reconhecer Jerusalém como “capital indivisível” de Israel e transferir a embaixada dos Estados Unidos à cidade ocupada.
O governo Trump também anunciou não considerar mais assentamentos exclusivamente judaicos na Cisjordânia ocupada como ilegais, a despeito da lei internacional.
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Na carta, co-assinada por quatro proeminentes figuras israelenses, os parlamentares alegaram: “Os recentes acordos regionais de normalização com Israel levaram à suspensão dos planos de anexar formalmente o território da Cisjordânia”.
“Porém, avanços em campo apontam claramente a uma realidade de veloz anexação de fato, sobretudo através da acelerada expansão dos assentamentos e campanhas de demolição contra estruturas palestinas”, prosseguiu o documento.
Os legisladores europeus reiteraram ainda que as políticas de expansão colonial eliminam efetivamente qualquer possibilidade de solução de dois estados.
“A construção recém aprovada do assentamento de Givat Hamatos, considerado previamente como linha vermelha da Europa, é particularmente preocupante”, enfatizou a carta.
“A situação humanitária em Gaza continua a deteriorar-se sob o bloqueio israelense, agravado por divisões internas palestinas. Gaza permanece sob risco de violenta escalada a qualquer momento”, observou, sobre o território palestino sitiado.
A fim de solucionar tais questões, concluíram os parlamentares: “A Europa deve trabalhar com a gestão Biden, países na região e partes relevantes em campo para evitar ações unilaterais que prejudicam a possibilidade da paz, o avanço de direitos e a segurança a todos os povos sob controle efetivo de Israel”.