Nesta segunda-feira, em comunicado, 41 figuras da oposição egípcia exortaram o governo do Estados Unidos de Joe Biden a agir contra o regime egípcio do general e presidente Abdel Fattah el-Sisi, ao denunciá-lo por “crimes piores do que o assassinato de Khashoggi”.
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, então com 59 anos, foi executado e esquartejado dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, no dia 2 de outubro de 2018.
Na última sexta-feira (26), um relatório emitido por agências de segurança dos Estados Unidos implicou Mohammed Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita, por “aprovar” e quase certamente ordenar o assassinato.
Em seguida, Washington impôs sanções a indivíduos supostamente envolvidos no crime, mas recusou-se a confirmar se as sanções se estendem ao príncipe herdeiro.
Os signatários relataram que o “regime ditatorial do Egito cometeu diversos crimes ainda mais hediondos que o assassinato de Khashoggi”, como “golpe militar contra o presidente eleito, em 2013, e genocídio contra milhares de egípcio, documentado por organizações internacionais de direitos humanos”.
Abdel Fattah el-Sisi assumiu a presidência do país em 2014, após depor o falecido presidente Mohamed Morsi, primeiro chefe de estado eleito democraticamente no Egito, em meados de 2013, quando era então ministro da defesa.
O comunicado da oposição egípcia reiterou: “Tudo isso ocorre junto de dezenas de milhares de assassinatos, casos de tortura, desaparecimentos à força e penas de morte emitidas por tribunais que não atendem às condições básicas de um julgamento justo”.
“O governo democrata dos Estados Unidos, liderado por Joe Biden, tem o poder de corrigir a história, em respeito aos princípios de justiça e valores americanos?”, questionou a carta.
Entre os signatários, estão parlamentares, ex-juízes e personalidades de mídia, como Walid Sharabi, Ahmed Hassan Al-Sharqawi, Amr Abd El-Hadi, Wajdi Al-Arabi, Mukhtar Al-Ashry, Sumaya Al-Janayni, Israa Al-Hakim e Izzat Al-Nimr.
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