Mais de 40 grupos da sociedade civil dos EUA pediram ao presidente Joe Biden que impusesse sanções ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, por seu papel no assassinato do jornalista dissidente Jamal Khashoggi.
A mudança é o culminar de uma campanha liderada pelo Council on American-Islamic Relations (CAIR), que é a maior organização islâmica de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos. Outras organizações envolvidas incluem Democracy Now for the Arab World (DAWN).
“O presidente Biden deve usar seu poder para impor toda a gama de sanções disponíveis sob a Lei Magnitsky Global – incluindo o congelamento de ativos e a proibição de vistos – a Bin Salman, bem como a qualquer outro cidadão saudita implicado no assassinato”, disseram os grupos. “As sanções da Lei Magnitsky também devem ser impostas à liderança do fundo soberano da Arábia Saudita, o Public Investment Fund, que possui a companhia aérea e a aeronave usada para transportar os assassinos de Jamal Khashoggi entre a Arábia Saudita e a Turquia.”
O Diretor da Inteligência dos Estados Unidos concluiu em seu relatório publicado na última sexta-feira que Bin Salman “concordou em sequestrar ou matar Khashoggi”, por considerá-lo uma ameaça ao Reino. O príncipe teria apoiado o uso de medidas violentas, se necessário, para silenciar o jornalista.
O governo Biden impôs sanções a algumas autoridades sauditas, incluindo Ahmed Al-Asiri, o ex-vice-chefe da inteligência, e membros da Rapid Intervention Force.
O Ministério das Relações Exteriores saudita anunciou sua “rejeição categórica” de “difamação e conclusões incorretas sobre a liderança do Reino” mencionadas no relatório.
Khashoggi foi morto em 2 de outubro de 2018 dentro do Consulado da Arábia Saudita em Istambul. Seu assassinato chocou a comunidade internacional.