Embora fosse esperado que deixassem a Líbia no último mês, os mercenários Wagner, grupo russo estimado em 2.000 soldados, continuam a operar no leste e sul da Líbia, país assolado pela guerra civil, com cobertura de aviões de guerra enviados por Moscou.
Até então, a Rússia não demonstra qualquer disposição em retirar suas forças presentes em apoio ao general renegado Khalifa Haftar e rejeita a possibilidade de deixar o país, que possui a maior reserva de petróleo em potencial do continente africano.
A chegada de uma delegação de dez observadores da ONU à cidade líbia de Sirte, em 4 de março, sugeriu ainda que a missão de paz da entidade internacional pode avançar à zona neutra estabelecida entre Sirte e Jufra.
Segundo as Nações Unidas, a equipe tem como objetivo implementar um mecanismo para monitorar o cessar-fogo, coletar informações solicitadas pelo Conselho de Segurança e produzir um relatório ao Secretário-Geral António Guterres.
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Recentemente, o grupo de mercenários Wagner removeu parte de suas tropas de Sirte e Jufra a áreas adjacentes, após pressão local e internacional. Contudo, tornou-se claro que as forças russas mantiveram controle efetivo sobre a região.
A empresa de segurança não é apenas uma companhia militar, mas uma ferramenta utilizada pelo Ministério da Defesa da Rússia como parte da estratégia de Moscou de estender sua zona de influência global, sob diretrizes da chamada “guerra híbrida”.
Acredita-se que a presença de uma missão de paz internacional em Sirte e Jufra possa resultar na retirada completa do grupo mercenário, a menos que a Rússia obstrua a saída de suas forças particulares via Conselho de Segurança da ONU.