Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Bachelet exorta avanço no julgamento dos crimes de guerra na Síria

Arredores destruídos de um edifício do Governo Interino da Síria e do Centro Cultural de Azes, após um ataque a carro-bomba, em Aleppo, Síria, 31 de janeiro de 2021 [Bekir Kasim/Agência Anadolu]
Arredores destruídos de um edifício do Governo Interino da Síria e do Centro Cultural de Azes, após um ataque a carro-bomba, em Aleppo, Síria, 31 de janeiro de 2021 [Bekir Kasim/Agência Anadolu]

A Alta-Comissária de Direitos Humanos da ONU Michelle Bachelet exortou nesta quinta-feira (11) que países em todo o mundo avancem em seus julgamentos nacionais contra suspeitos de cometer crimes de guerra na Síria, às vésperas do 10° aniversário do conflito.

As informações são da agência Reuters.

Tentativas de submeter as atrocidades vivenciadas na Síria à promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, não obtiveram êxito até então, reiterou Bachelet.

Apenas um réu foi condenado no exterior por crimes de guerra e lesa-humanidade perpetrados durante o conflito, que já custou centenas de milhares de vidas, a maioria civis, e deslocou 11 milhões de pessoas, quase metade da população do país.

“Permanece vital que as cortes nacionais continuem a conduzir julgamentos justos, públicos e transparentes e reduzam o vácuo de responsabilização sobre tais crimes hediondos”, destacou Bachelet em comunicado.

Em março de 2011, protestos por democracia e pela deposição do regime hereditário e autoritário de Bashar al-Assad deflagraram-se no sul da Síria e espalharam-se por todo o país. Assad respondeu com repressão brutal que levou à guerra civil.

LEIA: Unicef fala em doze mil crianças mortas ou feridas nos dez anos de guerra na Síria

Forças do regime de Assad, com apoio do Irã e da Rússia, recapturaram diversas áreas certa vez controladas por grupos de oposição e combatentes islâmicos, mas a guerra prossegue em algumas regiões da Síria.

Suspeita-se que muitos criminosos de guerra responsáveis pelas atrocidades tenham se relocado ao exterior.

Uma corte alemã sentenciou um ex-membro dos serviços de segurança de Assad a quatro anos e meio de prisão, em fevereiro, por incitar tortura contra civis. A decisão representa a primeira condenação por crimes de lesa-humanidade cometidos na guerra síria.

Bachelet descreveu a sentença como “importante passo em direção à justiça”.

Paulo Pinheiro, chefe da equipe de investigação sobre crimes de guerra da ONU, denunciou a impunidade persistente.

“Cumprimento a enorme coragem e engenho das vítimas e ativistas sírios e a determinação de alguns estados-membros em conduzir processos onde possível”, declarou Pinheiro ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta quinta-feira.

O governo de Assad nega as acusações de crime de guerra e tortura contra prisioneiros.

Hanny Megally, membro da equipe da ONU, relatou que 60 jurisdições solicitaram informações e que 300 casos criminais estão em curso, atualmente.

LEIA: Uma década depois da guerra da Síria, Assad não tem nenhum fundamento moral para se agarrar

Categorias
NotíciaONUOrganizações InternacionaisOriente MédioSíria
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments