Os Emirados Árabes Unidos (EAU) anunciaram ontem (11) a criação de um fundo de investimentos de US$10 bilhões destinado a setores de cooperação estratégica com Israel.
Ambos os países normalizaram relações em 2020, conforme esforços do então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Relatos indicam que a decisão foi tomada após um telefonema “construtivo” entre Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, e Benjamin Netanyahu, premiê israelense e adversário histórico do direito à autodeterminação do povo palestino.
Segundo informações, a Jordânia recusou ontem conceder a Netanyahu passagem pelo espaço aéreo do país árabe, a caminho da primeira visita oficial do líder sionista aos Emirados.
A emissora israelense Kan reportou que Netanyahu deve reunir-se com Bin Zayed em solo emiradense, junto de Mohammed Bin Salman, governante de fato da Arábia Saudita, apesar de um recente relatório americano implicar o príncipe herdeiro da Casa de Saud como responsável pelo assassinato de Jamal Khashoggi, articulista do The Washington Post.
A agência de notícias oficial de Abu Dhabi (WAM) afirmou que a monarquia do Golfo deverá utilizar o fundo bilionário para “investir dentro de Israel e em cooperação com Israel, em setores como geração de energia, água, desenvolvimento espacial, saúde e agrotecnologia”.
“O fundo é um avanço nos históricos Acordos de Abraão e pretende incentivar os laços econômicos entre as economias emergentes da região, ao destravar investimentos e oportunidades de maior progresso socioeconômico”, declarou a WAM.
As reservas terão origem em “instituições do setor público e privado”, segundo as informações.
Ao comentar o cancelamento de seu voo aos Emirados, Netanyahu alegou “mal entendido” com a Jordânia, cujas relações com a ocupação são normalizadas desde 1994.
O premiê israelense então alertou Bin Zayed, governante de fato dos Emirados, sobre a questão e concordaram em conduzir um encontro assim que possível.
O fundo de investimento sucede um anúncio de cooperação entre a Indústria Aeroespacial de Israel (IAI) e a corporação militar emiradense EDGE – ambas estatais –, segundo o qual deverão desenvolver “sistemas aéreos de combate a dispositivos não tripulados, desenvolvidos para o mercado emiradense, com amplo benefício à região e além”.