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Palestinos e Liga Árabe condenam abertura de escritório tcheco em Jerusalém

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu (à esquerda) encontra-se com o Primeiro-Ministro da República Tcheca Andrej Babis (à direita) e o Primeiro-Ministro da Hungria Viktor Orban (centro), em Jerusalém ocupada, 11 de março de 2021 [Haim Zach/Anadolu Agency]
Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu (à esquerda) encontra-se com o Primeiro-Ministro da República Tcheca Andrej Babis (à direita) e o Primeiro-Ministro da Hungria Viktor Orban (centro), em Jerusalém ocupada, 11 de março de 2021 [Haim Zach/Anadolu Agency]

A Autoridade Palestina e a Liga Árabe repudiaram veementemente neste sábado (13) a abertura de um escritório diplomático da República Tcheca em Jerusalém ocupada, ao denunciar a medida como violação da lei internacional, reportou a Reuters.

Praga abriu um ramo de sua embaixada israelense em Jerusalém na quinta-feira (11), apesar de manter sua sede diplomática na cidade de Tel Aviv.

A inauguração contou com a presença do premiê tcheco Andrej Babis, duas semanas após Israel enviar 5 mil doses da vacina contra o covid-19 da farmacêutica Moderna ao país europeu, conforme um programa de “diplomacia vacinal”, então congelado sob análise legal.

Ao destacar que tais políticas sobre Jerusalém prejudicam os prospectos de paz, o Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina descreveu a medida como “ataque chocante contra o povo palestino e seus direitos e violação flagrante da lei internacional”.

No Cairo, o Secretário-Geral da Liga Árabe Ahmed Aboul Gheit declarou em nota:

O status legal de Jerusalém será afetado pela decisão de países que decidirem abrir escritórios diplomáticos na cidade. Jerusalém Oriental é considerada terra ocupada pela lei internacional.

LEIA: Israel e República Tcheca assinam acordo de defesa antimísseis de US$ 125 mi

O Ministério de Relações Exteriores da República Tcheca, porém, alegou que o escritório em Jerusalém não representa uma nova embaixada, mas possui o intento de fortalecer parcerias estratégicas com Israel e melhorar a provisão de serviços a cidadãos tchecos na região.

“O estabelecimento do escritório não tem qualquer impacto nos anseios da República Tcheca de desenvolver maiores relações econômicas e políticas com a Autoridade Palestina”, declarou a chancelaria europeia.

Jerusalém é considerada ponto crítico na questão Israel-Palestina. O estado sionista anexou a porção oriental da cidade em ato jamais reconhecido internacionalmente; contudo, insiste em proclamá-la como sua “capital eterna e indivisível”.

Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental – capturada na Guerra dos Seis Dias, em 1967, junto de Cisjordânia e Gaza – como capital de seu futuro estado independente.

Apenas dois países instalaram embaixadas em Jerusalém: Estados Unidos – após o ex-presidente Donald Trump romper com décadas da política externa de Washington e reconhecer a cidade como capital israelense – e Guatemala.

A República Tcheca formalmente apoia a solução de dois estados, mas foi indicada como parte da defesa de Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI), em fevereiro, para tentar conter a investigação sobre os crimes de guerra israelenses nos territórios ocupados.

Na quinta-feira, Babis reafirmou seu compromisso com o estado sionista: “A República Tcheca não considera a Palestina um estado; portanto, a corte não tem jurisdição”.

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