As autoridades argelinas iniciaram na terça-feira uma revisão excepcional das listas eleitorais em preparação para as eleições legislativas antecipadas marcadas para junho. O anúncio segue uma decisão anterior do presidente, Abdelmadjid Tebboune, de dissolver o parlamento.
De acordo com a National Independent Authority for Elections, o processo de revisão continuará até 23 de março, depois que vários partidos anunciaram sua participação nas próximas eleições.
O Workers’ Party de esquerda liderado por Louisa Hanoune, no entanto, anunciou estar boicotando a eleição.
A autoridade eleitoral apelou aos cidadãos argelinos que não estão inscritos nas listas eleitorais, especialmente os que farão 18 anos no dia da votação (12 de junho de 2021), a registarem os seus nomes nas comissões municipais onde residem.
A opinião pública argelina está dividida entre os apoiantes das eleições e aqueles que não pensam que esta medida possa ser uma solução radical para a atual crise política. Os partidários do presidente Tebboune insistem que o povo argelino deve dar às autoridades uma chance de provar seu compromisso de romper com o regime anterior.
Por outro lado, as forças de oposição continuam comprometidas com uma estratégia de protesto pacífico para expressar sua rejeição a todos os funcionários que serviram durante a era Bouteflika. Eles insistem em mudanças radicais no sistema político da Argélia antes da realização das eleições legislativas.
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