Uma aldeia palestina a noroeste da cidade ocupada de Jerusalém foi vandalizada por colonos ilegais israelenses, que picharam mensagens racistas e atearam fogo em veículos locais, segundo informações da agência de notícias Wafa.
A Defesa Civil Palestina apagou os focos de incêndio que destruíram dois carros.
Residentes de Beit Iksa relataram que um grupo de colonos invadiu furtivamente a parte sul da aldeia e picharam mensagens racistas nas paredes das casas, além de Estrelas de Davi e frases como “cumprimentos de Ahuvia”, em aparente referência a Ahuvia Sandak.
O colono de 16 anos faleceu em janeiro após seu carro capotar durante uma perseguição policial. Samdak e seus amigos foram flagrados atirando pedras contra veículos palestinos.
Testemunhas denunciaram ainda que forças da ocupação israelense entraram na aldeia após o ataque e interrogaram diversos residentes locais, ao invés de auxiliar nos danos ou procurar e investigar os agressores.
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O atentado em Beit Iksa é parte de uma recente escalada na violência colonial contra nativos palestinos e mesmo policiais israelenses, após a morte de Samdak.
Ainda em janeiro, colonos israelenses atacaram uma menina palestina de apenas 10 anos, da aldeia de Madama, na Cisjordânia, ao sul da cidade de Nablus. A criança foi ferida no rosto e na cabeça e transferida a um hospital em Nablus.
Ataques contra residentes palestinos tornaram-se rotina na Cisjordânia. Colonos costumam atirar pedras, vandalizar propriedades e destruir oliveiras pertencentes à população nativa.
Os assentamentos coloniais – considerados ilegais segundo a lei internacional e descritos por grupos de direitos humanos como “obstáculos à paz” – abrigam cerca de 700 mil colonos exclusivamente judeus, em todo o território ocupado da Cisjordânia.
Apesar da condenação internacional, autoridades israelenses continuam a avançar contra terras palestinas expropriadas. Somente nos últimos meses e semanas, milhares de novas unidades de assentamentos foram aprovadas por Israel.
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