O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta quinta-feira (18) a escalada militar em Marib, no Iêmen, e exortou o grupo rebelde houthi a encerrar sua ofensiva sobre o último posto do governo no norte do país, a fim de restaurar o fluxo de combustíveis ao porto de Hodeidah.
Em nota, os quinze membros do conselho também condenaram ataques transfronteiriços contra o território da Arábia Saudita.
Segundo o comunicado, a escalada na região iemenita de Marib “ameaça esforços para assegurar uma solução política, quando a comunidade internacional demonstra cada vez maior harmonia em seus planos para encerrar o conflito”.
A partir de 2015, uma coalizão militar saudita passou a intervir no Iêmen, após o grupo houthi, ligado ao Irã, expulsar o governo oficial da capital Sanaa. Os houthis alegam combater um sistema corrupto. A guerra é descrita como conflito por procuração entre Riad e Teerã.
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Desde sua posse, em 20 de janeiro, o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden assumiu prioridade sobre o Iêmen e indicou o enviado especial Tim Lenderking para ajudar a retomar os esforços da ONU pelo fim da guerra que assola o país.
Na última sexta-feira (12), Lenderking afirmou que um plano de cessar-fogo foi entregue à liderança houthi e demandou resposta.
O Conselho de Segurança recebeu atualizações sobre o Iêmen na terça-feira (16) e “destacou a necessidade da desescalada geral, incluindo fim imediato da ofensiva houthi em Marib”.
Martin Griffiths, mediador das Nações Unidas para o Iêmen, alertou também na terça-feira que a guerra no país retornou “com força total”.
Tanto Griffiths quando Mark Lowcock, chefe de assistência humanitária da ONU, relataram que as importações de materiais combustíveis ao porto de Hodeidah foram obstruídas desde janeiro e demandaram do governo que permita a retomada das remessas.
Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança “expressou receios sobre as terríveis condições econômicas e humanitárias no Iêmen e enfatizou a importância de facilitar a assistência humanitária e a circulação de navios de combustível no porto de Hodeidah”.
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