A Arábia Saudita condenou ontem (18) o processo contínuo de expansão dos assentamentos coloniais de Israel sobre as terras da Cisjordânia ocupada. Na mesma ocasião, o Kuwait exortou a ONU a responsabilizar o estado ocupante por suas violações.
Em discurso à 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o representante permanente saudita, Abdulaziz Al-Wasil, declarou: “O sétimo item é majoritário à agenda deste conselho e nosso reino jamais aceitará marginalizá-lo”.
O item em questão refere-se a detalhes das violações israelenses na Palestina ocupada e reivindica justiça, conforme a lei internacional. O enviado de Riad expressou ainda a decepção de seu país perante o boicote contínuo de alguns países ao Artigo 7.
Al-Wasil destacou a importância da causa palestina à comunidade árabe e islâmica e da defesa dos direitos legítimos do povo palestino, em respeito à iniciativa de paz árabe proposta pela monarquia e adotada por outros estados da região, em 2002.
A iniciativa assevera o direito palestino a um estado independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, além de endossar o direito de retorno dos refugiados e a retirada de todas as forças ocupantes das colinas de Golã, pertencentes à Síria.
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Al-Wasil reafirmou o compromisso histórico da Arábia Saudita em apoio à causa palestina, em todos os níveis políticos e econômicos, sobretudo nas “ações possíveis para promover e proteger os direitos humanos na Palestina ocupada”.
De sua parte, o Kuwait exortou a comunidade internacional a ativar mecanismos legais para assegurar que a ocupação israelense seja responsabilizada por seus abusos constantes contra os direitos do povo palestino e repudiar a impunidade vigente.
O representante permanente kuwaitiano na ONU, Jamal Al-Ghunaim, destacou: “O Kuwait condena todas as violações flagrantes da lei humanitária internacional cometidas por Israel, como potência ocupante, ao povo indefeso da Palestina”.
“Apelamos à comunidade internacional para que assuma seus deveres e garanta que os princípios e provisões da lei internacional sejam respeitados, sobretudo nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental”, prosseguiu o embaixador.
Alertou ainda para a gravidade das violações contra a população nativa – “muitas das quais, crimes de guerra e lesa-humanidade, que exigem debate contínuo sobre a deterioração humanitária nos territórios ocupados, conforme Artigo 7 do Conselho de Direitos Humanos”.
O Kuwait também expressou decepção sobre a “postura ociosa da comunidade internacional perante a indiferença israelense à lei internacional e às resoluções da ONU, em um momento que requer medidas dissuasivas de todos os estados contra a ocupação”.
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