Milhares de israelenses conduziram um novo protesto em frente à residência do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, neste sábado (20), três dias antes do estado sionista passar pela quarta eleição nacional em apenas dois anos.
Os manifestantes tomaram as ruas, a princípio, sob bloqueio da política.
O protesto expressivo exibiu bandeiras, ressoou tambores e cornetas e entoou palavras de ordem pelo fim do mandato do político conservador de 71 anos, no poder desde 2009.
A multidão foi ainda maior que os protestos anteriores, ao longo do último ano, reiterou a imprensa israelense, ao estimar ao menos 20 mil manifestantes contra o governo.
O Likud, partido ultraconservador de Netanyahu, deve emergir como maior bancada no pleito de 23 de março. Porém, pesquisas não indicam qualquer vitória clara sobre a maioria legislativa, como ocorreu nas três votações anteriores, para então compor um novo governo.
Milhares de pessoas reúnem-se em frente ao Knesset (Parlamento de Israel), durante protesto contra o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, 20 de março de 2021 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
O premiê espera ser favorecido pelo suposto êxito de seu programa de vacinação contra o covid-19, que permitiu a reabertura de boa parte do setor econômico, após três lockdowns, além de uma série de acordos de normalização com países árabes.
Netanyahu é réu por corrupção e acusado de má gestão da pandemia de coronavírus. Suas acusações incluem propina, fraude e crime de responsabilidade; contudo, nega.
Ativistas e cientistas alertam que o programa vacinal israelense ignora a população árabe, sobretudo dos territórios ocupados, o que impõe risco do surgimento de novas variantes do covid-19. Organizações internacionais descrevem a política como apartheid de saúde.
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