A corporação petrolífera Aramco garantirá que a segurança energética da China seja sua maior prioridade pelos próximos 50 anos e além, à medida que as fontes de energia existentes continuem a desenvolver-se em paralelo, prometeu Amin Nasser, diretor executivo da empresa saudita ao Fórum de Desenvolvimento da China, neste domingo (21).
As informações são da agência Reuters.
A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, manteve seu posto como principal fornecedor à China nos primeiros dois meses deste ano, com aumento de 2.1% nas vendas, equivalente a 1.86 milhões de barris por dia (bpd), segundo dados aduaneiros de Pequim.
A monarquia bateu a Rússia para conservar sua posição como principal fornecedor de petróleo cru em 2020, apesar de cortes de produção sem precedentes, conforme pacto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados, além da pandemia de covid-19.
“Assegurar a segurança contínua das necessidades energéticas da China permanece nossa prioridade máxima – não apenas pelos próximos cinco anos, mas pelos próximos 50 anos e além”, declarou Nasser em discurso transmitido por vídeo. Reiterou:
Sabemos que as soluções de energia sustentável são cruciais para acelerar e facilitar a transição energética global … Porém, sendo realistas, tomará algum tempo, pois há ainda poucas alternativas ao petróleo em diversos setores.
No domingo, Nasser reportou que a demanda chinesa já está bastante próxima dos níveis pré-pandemia e que o mercado asiático – Extremo Oriente, em particular – parece promissor para retomar a escala de negócios.
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Apesar de ser o principal exportador à China, Nasser reiterou que a Aramco também é capaz de ajudar o governo chinês a cumprir seu objetivo histórico de transição energética.
O Presidente da China Xi Jinping anunciou em setembro que seu país levará suas emissões de carbono a um novo pico até 2030, mas conquistará a neutralidade de carbono até 2060, promessa que pode alterar radicalmente as condições de seus setores energético e industrial.
A gigante petrolífera do estado saudita guarda esperanças de ainda maior investimento em projetos futuros, a fim de ajudar a China a cumprir suas demandas de desenvolvimento, sobretudo maquinário pesado e setor químico, além de materiais não-metálicos.
Nasser destacou que a Aramco trabalha com universidades e empresas chinesas para desenvolver motores mais limpos e tecnologias que possam converter petróleo cru em insumos químicos, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa das fontes existentes.
“De fato, temos ainda maiores ambições para expandir e intensificar nossa colaboração de pesquisa com a China”, prosseguiu Nasser, ao acrescentar que a nova cooperação deve priorizar o chamado hidrogênio azul, amônia e tecnologias de captura de carbono, entre outras.
Especialistas do instituto de pesquisa da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) prevêem que a demanda de petróleo no país asiático atingirá 730 milhões de toneladas em torno de 2025, sob o programa ambiental anunciado pelo presidente chinês.