Um tribunal de Argel emitiu no domingo mandados de prisão internacionais contra quatro ativistas baseados no exterior sob a acusação de ingressarem em um grupo terrorista.
Eles foram emitidos contra o ex-diplomata residente no Reino Unido, Mohamed Larbi Zitout, o blogueiro Amir Boukhors, conhecido como Amir DZ, o jornalista e ex-oficial de inteligência Hisham Abboud, e Mohamed Abdullah.
As autoridades disseram que Zitout, de 57 anos, participou do estabelecimento do movimento islâmico Rashad, que mais tarde foi proibido na Argélia, e se tornou um de seus principais líderes. Ele trabalhou na Embaixada da Argélia na Líbia em 1991 e então se estabeleceu em Londres em 1995 após renunciar ao cargo.
De acordo com as autoridades, o grupo Rashad inclui ex-ativistas da Frente de Salvação Islâmica, que foi dissolvida em março de 1992. Esse movimento é acusado de tentar se infiltrar no movimento pró-democracia Hirak, que começou em fevereiro de 2019, bem como de apelar por uma mudança radical no sistema político.
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Uma declaração da promotoria publicada pelo Serviço de Imprensa da Argélia afirmou que Zitout enfrenta acusações de liderar e financiar um grupo terrorista que realiza atos visando a segurança do Estado e a unidade nacional, além de participar de atividades de falsificação e usar materiais falsificados na emissão de documentação administrativa e lavagem de dinheiro no quadro de um grupo criminoso.
O comunicado acrescentou que Abboud, Boukhors e Abdullah estão sendo perseguidos por ingressarem e financiarem um grupo terrorista que realiza atos visando a segurança do estado e a unidade nacional, além de se envolverem em atividades de lavagem de dinheiro no âmbito de uma gangue criminosa, que não foi identificada.
Amir DZ, radicado na França, publica vídeos particularmente hostis às autoridades argelinas.
Quanto a Abboud, ele se apresenta como um ex-membro da inteligência argelina. Ele fugiu do país em 2013, após ser proibido de viajar. Ele passou pela Tunísia e agora mora na França. Em fevereiro passado, ele foi condenado à revelia a sete anos de prisão.