O espião israelense Jonathan Pollard, solto recentemente do encarceramento americano por ter espionado para Israel, narrou pela primeira vez a situação em que foi preso nos Estados Unidos da América.
Em uma entrevista exclusiva com Israel Hayom, programada para ser publicada na sexta-feira, Pollard disse que os EUA “apunhalaram Israel pelas costas”, porque esconderam informações de inteligência do país.
Na noite de sua prisão, Pollard deveria liberar um oficial de inteligência israelense, Aviem Sella, que estava em contato com ele, para sair dos EUA antes de ser preso, já que ele não tinha imunidade diplomática.
Pollard disse que usou um código com sua então esposa Anne depois de ser preso para que ela saísse dos EUA, dizendo durante o telefonema da prisão para ” regar o cacto”. Na entrevista, Pollard culpou a inteligência israelense, especialmente o oficial de inteligência Rafi Eitan, por sua captura, por nunca tê-lo treinado e por não haver um plano de fuga.
Pollard também revelou que o segurança da embaixada israelense nos EUA lhe pediu para sair da embaixada enquanto vinte oficiais do FBI esperavam para prendê-lo do lado de fora. “Lamento que você tenha que sair”, disse o guarda a Pollard.
Pollard, entretanto, não expressou pesar pelo que ele fez, afirmando que Israel estava enfrentando sérias ameaças: “Sei que ultrapassei um limite, mas não tive escolha”. Pollard foi preso em 1985 e condenado à prisão perpétua em 1987, após ser considerado culpado de vender segredos militares a Israel enquanto trabalhava no Pentágono, nos anos 80, como analista de inteligência civil para a marinha americana.
Em 2015, ele saiu da prisão, mas foi mantido em prisão domiciliar, sem autorização para sair de sua casa em Nova York.
De acordo com os regulamentos americanos, as restrições serão removidas após cinco anos, que terminaram em novembro.
Outros presidentes americanos já recusaram repetidos pedidos de Israel para libertar Pollard, mas o ex-presidente Donald Trump o libertou e permitiu que deixasse os EUA.
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