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Fatah ainda prepara lista de candidatos; coalizão com o Hamas é possível

Membros da Comissão Central Eleitoral Palestina instalam uma placa em árabe com os dizeres “centro de registro e informações eleitorais”, na cidade de Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia ocupada, 10 de fevereiro de 2021 [Hazem Bader/AFP via Getty Images]
Membros da Comissão Central Eleitoral Palestina instalam uma placa em árabe com os dizeres “centro de registro e informações eleitorais”, na cidade de Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia ocupada, 10 de fevereiro de 2021 [Hazem Bader/AFP via Getty Images]

Hussein al-Sheikh, membro sênior do Comitê Central do Fatah, afirmou ontem (22) que seu partido concedeu algumas semanas a seus membros para que preparem uma lista de possíveis candidatos às eleições palestinas, marcadas para este ano.

“Uma análise da conjuntura pelos comitês regionais será submetida ao Conselho Revolucionário e ao Comitê Central para que aprovem os candidatos e suas listas, na próxima semana”, declarou al-Sheikh à rádio Alam.

Al-Sheikh explicou que o Fatah mantém sua posição “clara e estratégica” de que não haverá pleito sem os palestinos de Jerusalém, sejam candidatos ou eleitores. O governo de Israel, porém, ainda não autorizou sequer respondeu tais apelos.

O Fatah insiste ainda no direito ao voto e à candidatura de prisioneiros palestinos mantidos nas cadeias da ocupação.

O partido, liderado pelo Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, busca instituir uma lista de candidatos em coligação com indivíduos e organizações independentes.

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“Não há veto algum em compor uma coalizão eleitoral com o Hamas e somos os primeiros a propor tal estratégia, embora não afete de modo algum o contexto das eleições”, declarou al-Sheikh. De fato, reiterou que compor um governo sem o Hamas seria “impossível”.

O veterano do Fatah destacou que uma lista unificada significa a exclusão de Nasser al-Qudwa, que deixou o movimento sob tais divergências. “Ele decidiu manter sua postura e contrapor regulações do Fatah, o que levou à sua expulsão pelo Comitê Central”, relatou.

Questionado sobre possíveis candidatos à presidência, al-Sheikh alegou não haver pedido algum para que Marwan Barghouti que concorra ao posto. “Tivemos um debate calmo sobre a necessidade de união”, enfatizou. “É um exagero dizer que o Fatah está dividido”.

Al-Sheikh denunciou ainda que Israel tenta pressionar o movimento Fatah a não prosseguir com as eleições palestinas, mas destacou resistência do partido: “Apenas a Autoridade Palestina tem poder de decisão sobre esta questão”.

Mais adiante, caso o Fatah vença as eleições legislativas, prometeu al-Sheikh, então convocará de imediato a formação de um Governo de União Nacional.

“Convidaremos o Hamas a participar pois acreditamos firmemente que as eleições legislativas podem abrir caminho para unificar a nação e dar fim às divisões. Se perdemos e o vencedor nos convidar a um Governo de União Nacional, acataremos de imediato este apelo”.

Al-Sheikh confirmou que o Fatah garantirá, em todo caso, uma suave transição de poder. “A prova é que concedemos o governo ao Hamas em 2006”, alegou o político palestino.

Por fim, al-Shaikh reafirmou que a reconciliação com Mohammad Dahlan, ex-oficial do Fatah exilado nos Emirados Árabes Unidos, “não está em pauta” e que cancelar as eleições nacionais, marcadas para os próximos meses, está fora de questão.

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