Autoridades jordanianas prenderam mais de 200 pessoas que protestavam contra a morte de seis pacientes devido à falta de oxigênio em uma ala hospitalar para tratamento do coronavírus, na cidade de Salt, oeste do país, reportou o site de notícias Arabi21.
O protesto teve início em frente ao hospital público local e logo espalhou-se por todo o reino, reivindicando responsabilização pelas mortes e em franco desafio ao toque de recolher noturno instituído durante a pandemia.
Muhammad relatou que forças de segurança prenderam seu irmão durante um protesto pacífico em Hay Nazzal, na capital Amã. “Fui ao centro de segurança onde detiveram meu irmão e tentei vê-lo, mas os policiais me impediram e me expulsaram dali”.
Após seu irmão ser transferido à promotoria pública, Muhammad submeteu dois pedidos de fiança em seu nome, ambos indeferidos.
O advogado Alaa Al-Hiyari destacou que a equipe jurídica dos manifestantes também requisitou fiança mais de uma vez, mas que todos os apelos foram negados pelas autoridades jordanianas, mesmo embora alguns detidos sofram de doenças crônicas.
Al-Hayari detalhou à rede Arabi21 que os prisioneiros incluem advogados, engenheiros, professores e estudantes universitários, alguns dos quais detidos apesar de possuírem autorização especial para sair às ruas durante o toque de recolher.
Na última semana, oito pacientes morreram em Amã após um apagão no fornecimento de oxigênio, segundo a televisão estatal. O primeiro-ministro Bishr Al-Khasawneh responsabilizou o próprio governo pelas mortes, ao descrevê-las como “erro injustificado”.
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