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Em forte desacordo com a IHRA, a nova definição insiste que o BDS não é antissemita

Protesto contra a definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) em Londres, Reino Unido, em 4 de setembro de 2018. [Jack Taylor/Getty Images]
Protesto contra a definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) em Londres, Reino Unido, em 4 de setembro de 2018. [Jack Taylor/Getty Images]

Na mais recente oposição à controversa definição de antissemitismo da International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA), favorecida por defensores ferrenhos do estado de Israel, um grupo de mais de 200 acadêmicos e especialistas criou uma nova definição de antissemitismo que exclui o global Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) e vários outros exemplos incluídos no IHRA que confundem crítica a Israel com ódio aos judeus.

Os signatários da “Declaração de Jerusalém sobre o antissemitismo” incluem acadêmicos internacionais que trabalham em estudos de antissemitismo e áreas relacionadas, incluindo estudos judaicos, do Holocausto, de Israel, da Palestina e do Oriente Médio. O grupo disse que o texto por eles emitido se beneficiou de consultas a juristas e membros da sociedade civil.

Mais significativamente, a Declaração de Jerusalém critica o IHRA pelo que descreveu como “enfraquecimento da luta contra o antissemitismo” porque “não é claro em aspectos-chave e amplamente aberto a diferentes interpretações”.

Em nítido contraste com a IHRA, a Declaração de Jerusalém não considera o BDS como antissemita. “Boicote, desinvestimento e sanções são formas comuns e não violentas de protesto político contra os Estados”, disse o grupo. “No caso israelense, eles não são, por si próprios, antissemitas.”

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Também rejeitou uma série de outros exemplos incluídos pela IHRA como expressões de antissemitismo. A definição da IHRA incluei 11 “exemplos” de antissemitismo, sete dos quais se concentram no Estado de Israel.

A crítica ao sionismo como uma forma de nacionalismo ou a defesa de uma variedade de arranjos constitucionais para judeus e palestinos na área entre o rio Jordão e o Mediterrâneo não é considerada antissemita. Da mesma forma, não é antissemita criticar Israel, “mesmo que contencioso” ou “comparar Israel com outros casos históricos, incluindo colonialismo de assentamentos ou apartheid”.

A Declaração de Jerusalém vai além de uma declaração anterior da Força-Tarefa Nexus. O grupo formado por acadêmicos judeus americanos liberais emitiu uma definição de antissemitismo no início deste mês que permitiu mais liberdade para criticar Israel. A Força Tarefa Nexus foi formada em 2019 para abordar o que descreve como uma “tendência perturbadora de politizar e explorar o antissemitismo e Israel [que] está crescendo em círculos políticos conservadores e de direita”.

Nos exemplos rejeitados pela Força-Tarefa Nexus como antissemitismo estava a afirmação da IHRA de que “aplicar duas medidas” era uma forma de antissemitismo. “Prestar atenção desproporcional a Israel e tratá-lo de maneira diferente de outros países não é prova prima facie de antissemitismo”, diz a definição do Nexus. “Existem inúmeras razões para dedicar atenção especial a Israel e tratá-lo de maneira diferente. Por exemplo, algumas pessoas se preocupam mais com Israel; outras podem prestar mais atenção porque Israel tem uma relação especial com os Estados Unidos e recebe US$ 4 bilhões em ajuda americana.”

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