Kazem Jalali, embaixador iraniano na Rússia, propôs instaurar uma nova rota marítima que atravessa o Irã como alternativa ao Canal de Suez, reportou a agência Anadolu.
Suez permanece provisoriamente inativo desde terça-feira (25), quando um enorme navio de carga de bandeira panamenha, identificado como Ever Given, encalhou diagonalmente ao atravessar um novo acesso da hidrovia egípcia.
O Egito inaugurou o chamado Novo Canal de Suez, com custo de US$8 bilhões, em agosto de 2015, como parte de seus planos para reanimar a economia nacional e restaurar a posição do país como importante centro comercial global.
Segundo a mídia estatal iraniana, Jalali sugeriu a aceleração da “infraestrutura” para restituir o “corredor norte-sul” e compensar a suspensão do tráfego marítimo via Suez.
Por anos, Teerã tenta promover um corredor norte-sul próprio, capaz de conectar a Índia à Rússia, via território iraniano, ao alegar ser uma alternativa melhor à rota egípcia.
Jalali argumentou que a proposta iraniana reduz tempo de viagem e custos em até 30%, comparada a Suez. “Este incidente prova a necessidade de uma alternativa menos perigosa pela qual mais de um bilhão de toneladas de bens passam anualmente”, prosseguiu.
O Canal de Suez é considerado uma das mais importantes hidrovias e estreitos do mundo. É a rota mais curta entre Ásia e Europa e fonte majoritária de moeda estrangeira ao Egito.Esforços continuam para liberar o tráfego, mas autoridades alertam que pode demorar até semanas para desencalhar o gigantesco navio de 400 metros de extensão.
Há receios de sucessivos atrasos no fornecimento de petróleo global.
Neste sábado (27), o chefe da Autoridade do Canal de Suez, Osama Rabie, reportou que o navio encalhou possivelmente por “erro técnico ou humano”, ao reiterar a importância de aguardar as devidas investigações sobre o caso.
Rabie também informou que 321 embarcações estão presas nos lados sul e norte do canal, à espera de liberação da via.
Muitos países, incluindo Turquia, ofereceram ajuda para solucionar o problema.
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