Yair Lapid, líder da oposição israelense, reuniu-se neste domingo (28) com o presidente do partido árabe Ra’am, Mansour Abbas, para debater uma possível coalizão de governo, segundo informações da imprensa local.
Abbas, reportou a rede Ynet News, apresentou suas demandas a Lapid, incluindo: revogação da Lei do Estado-Nação (supremacia judaica do estado), liberdade de voto em projetos legislativos pró-LGBT, congelamento da Lei Kaminitz (demolições e despejos), reconhecimento das aldeias árabes no Negev e combate ao crime nas comunidades árabes em Israel.
Ambos emitiram comunicados breves após a reunião, ao asseverar que concordaram em manter contato.
Após as eleições da última terça-feira (23), o Ra’am emergiu como potencial fazedor de reis.
Tanto o partido Likud, liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu, quanto o oposicionista Yesh Atid, de Lapid, carecem de assentos suficientes no Knesset para compor um governo.
A linha dura de direita e extrema-direita pró-Netanyahu, incluindo o líder do partido Sionismo Religioso, Bezalel Smotrich, declarou repúdio a qualquer coligação com parlamentares árabes.
Um representante do Likud também encontrou-se com Abbas, para discutir prospectos de participação do grupo conservador árabe em um novo gabinete do Likud.
Segundo relatos, após diversos adiamentos, Abbas percebeu que filiar-se a um governo israelense de direita pode não ser viável e decidiu reunir-se com Lapid.
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O Ra’am – ou Lista Árabe Unida – é dissidência da chamada Lista Conjunta, aliança de partidos árabes no parlamento israelense, que conquistou apenas seis assentos, em comparação com o recorde anterior de quinze parlamentares eleitos.
O Likud e seus aliados de direita e extrema-direita obtiveram 59 de 120 assentos disponíveis, resultado inconclusivo para compor o governo. A oposição a Netanyahu conquistou 57 vagas no parlamento. Abbas possui cinco assentos para avançar nas negociações.