O aumento das tensões políticas entre a Jordânia e Israel pode se traduzir em instabilidade em sua fronteira comum, alertou o analista militar Amos Harel, do jornal Haaretz, no domingo.
O analista disse que autoridades da segurança israelense estão prevendo que a crise nas relações entre o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o rei Abdullah da Jordânia se refletirá na situação de segurança na fronteira de 300 quilômetros entre os dois lados.
Isso aconteceu semanas depois que o príncipe herdeiro da Jordânia, Hussein Bin Abdullah, foi forçado a cancelar uma viagem planejada para a mesquita de Al-Aqsa, depois que uma disputa surgiu entre o reino e Israel sobre os arranjos de segurança.
Isso fez com que Amã se recusasse a permitir que Netanyahu voasse pelo seu espaço aéreo a caminho dos Emirados Árabes para sua primeira visita oficial aos Emirados no dia seguinte.
As tensões aumentaram ainda mais dias atrás, quando Netanyahu recusou o pedido jordaniano de aumentar o abastecimento de água ao reino.
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De acordo com a mídia israelense, Netanyahu acredita que o rei Abdullah interferiu nas eleições israelenses quando recebeu o ministro da Defesa e chefe do partido Azul e Branco, Benny Gantz, rival de Netanyahu, poucas semanas antes das eleições israelenses. Na época, Gantz disse: “Netanyahu é uma figura indesejada na Jordânia”.
“Muitos membros do sistema de defesa de Israel têm reservas sobre a postura dura adotada por Netanyahu em relação a Amã”, escreveu Harel.
Avisou: “O enfraquecimento da família real na Jordânia também pode impactar Israel e a longa e estável fronteira entre os dois países, de maneira que obrigará as IDF [exército israelense] a alocar mais recursos, mão de obra e esforços de inteligência.
Isso, ao longo de uma fronteira que não viu as defesas atualizadas por décadas, explicou ele.