Os comandantes do Exército, Edson Leal Pujol; da Marinha, Ilques Barbosa; e da Aeronáutica, Antônio Carlos Bermudez, foram demitidos na tarde desta terça-feira pelo novo ministro da Defesa, Braga Neto, empossado um dia antes por Jair Bolsonaro.
O comunicado foi feito em reunião que contou com a presença do ex-ministro da pasta, Fernando Azevedo e Silva, e teve momentos de tensão, conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo.
Os comandantes chegaram a avaliar a possibilidade de um pedido de demissão coletiva, ao serem surpreendidos, na terça-feira, pela demissão de Azevedo e Silva, considerado legalista – ou seja, não subordinado a ordens inconstitucionais e mantendo a defesa das Forças Armadas como instituição de Estado e não de governo.
Jair Bolsonaro já vinha mostrando descontentamento com a resistência dos militares em posicionar-se contra decisões de outros poderes. Segundo a jornalista Thaís Oyama, no portal Uol. uma fonte do palácio afirmou que o presidente esperava que o comandante do Exército se manifestasse no caso da decisão judicial que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente esperava um posicionamento e ele não veio”, o que teria tornado o comandante “uma pedra no sapato”.
Em nota, o Ministério da Defesa comunicou a demissão, mas não os nomes substitutos, que devem ser mais alinhados a Bolsonaro. Indisposto com o Congresso e sem controle sobre o Judiciário, e, além disso, forçado a trocar ministros e com a popularidade em queda, o presidente procura se assegurar do controle sobre o Exército, o que preocupa os setores democráticos.