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Israel teme compartilhamento de inteligência entre Irã e China

30 de março de 2021, às 09h09

Ministro de Relações Exteriores do Irã Mohammad Javad Zarif (à direita) recebe sua contraparte chinesa Wang Yi, em Teerã, 27 de março de 2021 [AFP via Getty Images]

Amos Yadlin, ex-chefe de inteligência do exército israelense, expressou ontem (29) seus receios sobre a possibilidade de China e Irã compartilharem inteligência como resultado do acordo estratégico assinado entre ambos no fim de semana, reportou a imprensa local.

“Uma das cláusulas mais preocupantes no acordo é a partilha de inteligência”, declarou o atual chefe do Instituto de Estudos de Segurança Nacional à rede Ynet News.

Segundo Yadlin, embora detalhes não sejam públicos ainda, um esboço do acordo divulgado pelo New York Times no último ano previa exercícios e treinamentos conjuntos entre China e Irã, além de cooperação em pesquisa e desenvolvimento de armas e inteligência.

“A China está colocando a si própria em um lugar que, até hoje, jamais esteve”, prosseguiu.

“Em termos fundamentais, a China opõe-se à bomba nuclear iraniana. Por outro lado, não ajuda a parar o Irã”, argumentou Yadlin. “Teerã também precisa de apoio político de Pequim para frustrar a pressão contínua dos Estados Unidos”.

“Os chineses entendem ainda que o governo Biden não é o governo Trump e podem ser agora muito mais agressivos”, alegou o militar israelense, em referência à mudança de postura entre o atual presidente americano Joe Biden e seu antecessor Donald Trump.

No sábado (27), China e Irã assinaram a chamada Parceria Estratégica Abrangente – acordo de 25 anos entre os países para tratar de questões de infraestrutura e economia, a despeito das sanções de Washington ainda em vigor sobre o programa nuclear iraniano.

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