Amos Yadlin, ex-chefe de inteligência do exército israelense, expressou ontem (29) seus receios sobre a possibilidade de China e Irã compartilharem inteligência como resultado do acordo estratégico assinado entre ambos no fim de semana, reportou a imprensa local.
“Uma das cláusulas mais preocupantes no acordo é a partilha de inteligência”, declarou o atual chefe do Instituto de Estudos de Segurança Nacional à rede Ynet News.
Segundo Yadlin, embora detalhes não sejam públicos ainda, um esboço do acordo divulgado pelo New York Times no último ano previa exercícios e treinamentos conjuntos entre China e Irã, além de cooperação em pesquisa e desenvolvimento de armas e inteligência.
“A China está colocando a si própria em um lugar que, até hoje, jamais esteve”, prosseguiu.
“Em termos fundamentais, a China opõe-se à bomba nuclear iraniana. Por outro lado, não ajuda a parar o Irã”, argumentou Yadlin. “Teerã também precisa de apoio político de Pequim para frustrar a pressão contínua dos Estados Unidos”.
“Os chineses entendem ainda que o governo Biden não é o governo Trump e podem ser agora muito mais agressivos”, alegou o militar israelense, em referência à mudança de postura entre o atual presidente americano Joe Biden e seu antecessor Donald Trump.
No sábado (27), China e Irã assinaram a chamada Parceria Estratégica Abrangente – acordo de 25 anos entre os países para tratar de questões de infraestrutura e economia, a despeito das sanções de Washington ainda em vigor sobre o programa nuclear iraniano.
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